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Conheça os destinos turísticos que criaram vistos para nômades digitais

Curaçao, Grécia, Hungria e Emirados Árabes foram alguns dos destinos turísticos que aproveitaram o anywhere office para criar vistos para nômades

Fonte: Luciana Lima

Alguns executivos, como o bilionário Elon Musk, podem até exigir que os seus funcionários retornem ao escritório, mas a verdade é que esse comportamento é uma exceção.

Cada vez mais empresas entenderam que o trabalho remoto pós-pandemia veio para ficar e estão criando políticas para se adaptar a isso, sob o risco de perder talentos.

Com a moradia deixando de ser restrita ao mesmo CEP do empregador, muitos profissionais estão aproveitando para mudar de cidade, estado e até mesmo de país, em um movimento conhecido como anywhere office.

De acordo com o site de rastreamento de tendências Exploding Topics, as pesquisas pelo termo “vistos para nômade digital” dispararam 376% no último ano.

“As pessoas querem viver novas experiências, oferecer oportunidades de vida mais interessantes para suas famílias, educar os filhos em um ambiente internacional e ter benefícios flexíveis. Esse movimento está definindo o mapa da economia global”, diz Diana Quintas, CEO da Fragomen, consultoria de imigração.

Por outro lado, destinos turísticos e países com pouca densidade populacional estão aproveitando a oportunidade e criando os próprios vistos para nômades digitais. Segundo dados da Fragomen, desde 2019, pelo menos 28 países disponibilizaram uma autorizações do tipo, incluindo o Brasil.

“O primeiro país a criar esse tipo de visto foi a Estônia, mas os todos os outros vieram pós-pandemia. Para os países é uma chance de reaquecer o turismo, mas ainda melhor, porque morando no país você consome mais do que passando férias”, diz Quintas.

Como funcionam os vistos de nômade digital

A especialista comenta que, salvo algumas peculiaridades, os vistos para nômade digitais são bastante parecidos entre si. A principal semelhança é a necessidade de comprovar vínculo com um empregador fora do país. Fora isso, a maioria também exige que os candidatos tenham uma renda mínima anual.

“Poucos oferecem a possibilidade de trabalhar porque a ideia é não competir com a mão de obra local”, diz Quintas.

Alguns desses país também oferecem benefícios adicionais, como a possibilidade de levar cônjuges e filhos, ou vistos que também dão direito a outros documentos como carteira de motorista e conta bancária.

Entre a lista dos 28 países que adotaram o visto de nômade digital estão lugares paradisíacos e que talvez já tenham sido considerados destino de férias de algumas pessoas, como Curaçao e Grécia. Mas também há outros pouco conhecidos, como os arquipélagos de Seychelles e Monserrate.

Para todos, as autorizações são válidas para brasileiros que responderem aos critérios de renda e de emprego. Com tantas e variadas opções, Quintas acredita que o movimento de pessoas fazendo as malas e emigrando só começou.

“Antes da pandemia, 169 milhões de pessoas mudaram de país para trabalhar, em 2019. Esse patamar deve ser superado em breve já que só nos Estados Unidos o número de vistos negados caiu na administração Biden, fora as novas autorizações”, diz.

“Isso quer dizer que mais empresas receberão solicitações do tipo dos seus funcionários. Se preparar e criar condições de que eles trabalhem em outro lugar vai ser um diferencial competitivo para as organizações”, completa.

Veja a lista completa de países com vistos para nômades digitais:

 

País Validade do visto
Anguila 91 dias a 12 meses
Antígua e Barbuda 2 anos
Argentina 6 meses
Bahamas 1 ano
Barbados 1 ano
Bermudas 1 ano
Brasil 1 ano
Cabo Verde 180 dias
Ilhas Cayman 2 anos
Costa Rica 1 ano
Croácia 1 ano
Curaçao 6 meses
Chipre 1 ano
Dominica 18 meses
Estônia 90 dias ou 1 ano
Geórgia 180 dias
Grécia 1 ano
Hungria 1 ano
Islândia 90 a 180 dias
Malta 1 ano
Ilhas Maurício 1 ano
Montserrat 1 ano
Panamá 9 meses
Romênia 180 dias
Seychelles 1 ano
Emirados Árabes 1 ano
Emirados Árabes (Dubai) 1 ano
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