UDI Hospital realiza cirurgia inédita no Maranhão para controle da epilepsia

Paciente sofria com convulsões que chegavam a mais de 10 por dia, com perda da consciência, seguida de queda ao solo.

Fonte: Com informações da Assessoria

Uma cirurgia inédita no Maranhão foi realizada no UDI Hospital Rede D’Or. Trata-se da calosotomia seletiva posterior, feita em paciente adulta diagnosticada com epilepsia refratária às medicações. Ela sofria com convulsões que chegavam a mais de 10 por dia, com perda da consciência, seguida de queda ao solo.

A paciente obteve redução quase total das crises após o procedimento cirúrgico. A técnica foi realizada pelos neurocirurgiões Márcio Ferreira e Euler Simões, com a supervisão do médico Gelson Soeira, com apoio de uma equipe multidisciplinar e todo o suporte de equipamentos de monitoração de última geração.

O resultado da cirurgia foi considerado um sucesso, pois garantiu mais qualidade de vida à paciente e colocou o Maranhão na lista dos estados onde a calosotomia pode ser feita em um ambiente de referência.

“Essa técnica não é comum. Ela é indicada para pacientes cuja epilepsia se tornou resistente aos medicamentos e que nas crises caem no chão em função da atonia súbita, também chamadas de ‘dropattacks’. Até então, essas pessoas tinham de viajar para outros centros para fazer a cirurgia, que agora é feita no UDI Hospital”, explica o neurocirurgião Márcio Ferreira,que aprendeu a técnica no Centro de Tratamento da Epilepsia da USP.

O PROCEDIMENTO

O procedimento consiste na desconexão entre os dois lados do cérebro através do ressecamento do corpo caloso, que é a parte cheia de fibras que propaga as crises.

“Seccionamos a parte posterior do corpo caloso, preservando as funções neurológicas, e as crises tendem a ser reduzidas em mais de 50% e, em alguns casos como a da paciente que operamos aqui no UDI Hospital, podem quase desaparecer”, relata o neurocirurgião Márcio Ferreira.

A cirurgia foi realizada em outubro do ano passado e atualmente a paciente apresenta redução quase total das crises e melhora na parte cognitiva, principalmente na fala.

“O pai da paciente me fez um relato emocionante sobre como a qualidade de vida da filha melhorou. E isto nos deixou muito felizes”, observa o neurocirurgião.

SEGUNDA CIRURGIA

Nas próximas semanas a segunda calosotomia seletiva superior deve ser realizada pelos dois neurocirurgiões no UDI Hospital, desta vez em uma criança, que também apresenta resistência aos medicamentos.

“Quanto mais precocemente é feito o procedimento, maior chance o paciente portador de epilepsia tem de ter preservadas as capacidades motoras, de raciocínio e de linguagem”, explica o neurocirurgião Euler Simões. Ele acrescenta que é importante os médicos conversarem com os familiares e pacientes de epilepsia sobre as possibilidades de tratamento cirúrgico para os diferentes casos e como, caso sejam indicados, os procedimentos podem ajudá-los a ter melhor qualidade de vida

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