Comerciantes e moradores do Centro Histórico reclamam das dificuldades devido à falta d’água

Problema persiste há mais de 30 dias, e obriga algumas pessoas a transportar água de casa, para poder realizar as tarefas nos comércios.

Fonte: Janaina Berredo

A água é um recurso natural indispensável para a sobrevivência de grande parte dos seres vivos. Em julho de 2010, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou o acesso à água limpa e segura e ao saneamento básico como direitos humanos fundamentais. No Brasil, tramita no Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/21, que inclui a água potável na lista de direitos e garantias fundamentais da Carta Magna.

No entanto, comerciantes e moradores das ruas Direita, Palma, Estrela e do Giz, situadas no Centro Histórico de São Luís, estão sendo privados do direito à água. Donos de gráficas, papelaria e restaurante, diariamente, precisam trazer galões de água de suas casas para realizar as tarefas cotidianas dos seus respectivos estabelecimentos. Alguns estão improvisando canos para aproveitar a água da chuva.

Segundo os comerciantes, o problema de desabastecimento persiste há mais de 30 dias, sem qualquer atenção ou retorno de resolução da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema).

CAEMA NÃO DÁ RESPOSTA

O proprietário de uma gráfica, Fernando Silva Costa, disse que precisa trazer 20 litros de água de casa todos os dias para realizar as tarefas da empresa.

“Estamos há mais de um mês nessa situação. As contas estão chegando normalmente. Já foi um pessoal daqui lá. A Caema não manda nem nota nem nada, disse que o problema tinha sido em uma bomba que quebrou, mas até agora o problema não foi solucionado”, afirmou.

Raimundo Ciríaco Almeida Filho, também proprietário de uma gráfica, é outro que carrega água todos os dias para poder trabalhar. “Tem um ‘olho d’água’ no final da rua (Direita) e eu pego água lá para lavar as máquinas. Faço umas duas ou três viagens, em cada uma encho dois baldes. É cansativo”, frisou.

O funcionário de uma papelaria na região do Centro Histórico, Manoel Carlos, disse que o problema é recorrente. “Todo dia compramos água e também trazemos da casa do dono do estabelecimento, para o saneamento básico”, lamentou.

Maria de Fátima Ferreira dos Santos, proprietária de um restaurante, também disse estar sofrendo com a falta d’água. “Trago todos os dias 180 litros de água de casa para poder lavar as louças no restaurante. Moro longe, no Maiobão”, pontuou.

O comerciante Luís Antônio Brito Passos também reclamou do desabastecimento de água. “Não tem água para ‘nadinha’. Também preciso trazer água de casa. Me sinto lesado. Pago R$ 180 de conta, e não tenho água. Antes, dava água um dia sim e outro não, agora não dá nenhum. Mas, as contas eles (Caema) não esquecem de mandar”, concluiu.

A equipe do Jornal Pequeno esteve no polo do Instituto Federal do Maranhão (Ifma), situado na Rua Direita, Centro Histórico, para verificar a situação da água no local, e foi informada que o fornecimento no local estaria normal, e que teria água todos os dias.

OUTRO LADO

Por meio de nota, a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) informou que, ao longo dos últimos dias, foram realizadas intervenções no Sacavém, que podem ter impactado o abastecimento de algumas residências. E que, com os serviços concluídos, o abastecimento está sendo retomado gradualmente.

A Caema comunicou que, caso residências continuem desabastecidas, os clientes devem entrar em contato com a Companhia por meio dos canais oficiais de atendimento: Call Center 0800 7010 195 ou WhatsApp: (98) 99113 0195.

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