A ingestão de álcool pode interferir diretamente nos efeitos dos medicamentos no organismo? Afinal, existe mesmo essa relação?
Segundo a psicóloga e nutricionista Thais Araújo, tudo depende de onde o medicamento é metabolizado. Se for no fígado, a possibilidade de ele não surtir efeito é grande.
“O álcool é metabolizado na enzima hepática, a mesma que metaboliza alguns remédios. Nesses casos, a pessoa tende a sofrer com os efeitos colaterais, porque é como se o fígado ficasse “ocupado” com outra substância, não dando espaço para o medicamento agir”, explica a especialista.
Combinar bebidas alcoólicas com antidepressivos e/ou medicamentos tarja preta deve ser rigorosamente evitado. Se o remédio estiver fora dessa seara e for metabolizado em local diferente do fígado, não há problema. Para isso, o indicado é ler a bula e consultar um médico.
“Os antidepressivos misturados às bebidas alcoólicas não vão ter a ação esperada. O álcool é um depressor do sistema nervoso central, então vai piorar o quadro de depressão”, avisa Thais.
Para Rafael Cangemi, especialista em medicina de família e comunidade, a discussão sobre o álcool vai além das interferências sobre um medicamento.
“Deve-se considerar os danos que essa substância pode causar no organismo se ingerida em excesso. Entre eles, comprometimento do fígado, órgão responsável pela produção de bile, substância fundamental para a digestão da gordura e detox do corpo”.