O Seminário Internacional de Logística, com o tema “As Potencialidades do Maranhão na Nova Rota da Seda da China: oportunidades de negócio e de desenvolvimento para o Brasil”, foi aberto oficialmente nessa segunda-feira (11), no Palácio dos Leões, em São Luís, com a presença de representantes das mais importantes empresas privadas do Maranhão e entidades das classes empresariais maranhenses.
Convidado especial do evento realizado pelo Governo do Estado e pela Fundação Sousândrade, Paul Lee, professor da Universidade Zhejiang (China), um dos autores do estudo sobre a Nova Rota da Seda Chinesa, fez uma extensa apresentação de introdução para demonstrar a importância da inclusão da capital maranhense no projeto BRI (Belt & Road Initiative).
Lee apresentou estudos de caso e deu um panorama geral sobre o funcionamento do financiamento e da forma como os negócios são realizados pela China. Citou o economista Adam Smith e sua teoria sobre a “mão invisível” para provocar uma sugestão:
“vocês precisam juntar interesses privados com interesses de estado”. E deu dicas tais como chaves dos Fatores de Sucesso e Fatores de Falhas em negociações, além de jamais entrar em uma reunião com chineses sem conhecer a história.
“10 bilhões de comércio com a China não significam nada. O país está mais preocupado com capacidade e volume. Por isso a importância de políticas corretas sobre como investir na capacidade portuária”, ensinou.
O professor foi o autor da expansão da Nova Rota da Seda, que inicialmente não contemplava Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e América do Sul. O estudo foi publicado em livro.
“A rota da seda é composta basicamente por dois componentes: a linha terrestre e as linhas marítimas. A BRI também tem foco no desenvolvimento das questões terrestres – o Brasil, por exemplo, possui portos secos, por conta do tamanho do país. Os portos secos, conectados por ferrovias, estão em inúmeros exemplos no projeto BRI”, aponta.
Maranhão na Rota
A exposição foi saudada pelos presentes como proveitosa para o reposicionamento da logística do Maranhão com objetivo de adequação ao projeto chinês. “Nosso propósito é planejar a inserção do Porto de Itaqui, no Maranhão, na cadeia produtiva chinesa, não só na exportação das commodities, mas também no processo produtivo. Queremos atrair indústrias para cá e buscar mais investimentos em infraestrutura para diminuir os custos em logística”, avalia Ted Lago, presidente da Emap (Empresa Maranhense de Administração Portuária).
“Esse é um mercado de mais de 50 bilhões de pessoas. Estamos oferecendo nossa infraestrutura para que as indústrias chinesas também possam ser implantadas no Maranhão, agregar valor, gerar empregos, e também no sentido contrário, de que a matéria prima nacional possa ser exportada para a China”, complementa.
O projeto traz ainda um impulso em novas oportunidades para o setor de energias renováveis no comércio global.
De acordo com Allan Kardec, diretor da Gasmar (Companhia Maranhense de Gás), a perspectiva é de que o gás GNL produzido na bacia do Parnaíba seja exportado a partir do projeto BRI. “Acabamos de fechar um contrato com a Vale, no valor de R$ 1 bilhão, e outro com a Suzano, este de meio bilhão de reais, e enxergamos grandes oportunidades para exportação. O Maranhão pode se viabilizar como um cluster de gás, não apenas pelas grandes indústrias, mas também das pequenas e de gás veicular”, afirma.
Paul Lee fez ampla da qualificação da mão de obra. “A Coréia do Sul não tem uma gota de óleo ou de gás e realiza 100% de importações. Vocês têm vastos territórios. É preciso investimento na mão de obra”, pontuou.
AGENDA DO SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE LOGÍSTICA
Horário: 9 às 14h 12/07 (terça-feira) – Setor de Logística Marítima Local: sede do Porto do Itaqui.
13/07 (quarta-feira) – Palestra sobre o setor de Logística Ferroviária Local: sede da Fiema.