O estado do Maranhão precisa qualificar 81 mil trabalhadores em ocupações industriais até 2025. A informação consta no Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, compilado pelo Observatório Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Do total, 21,8 mil devem se capacitar em formação inicial – para repor os inativos e preencher novas vagas – e 59,2 mil já possuem uma formação ou estão inseridos no mercado de trabalho, mas precisam se aperfeiçoar.
O gerente executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, afirma que a qualificação profissional é crucial tanto para os trabalhadores que já estão empregados quanto para aqueles que estão fora do mercado de trabalho.
“O aperfeiçoamento deve ser uma estratégia para todos os profissionais. O aprendizado ao longo da vida passa a ter um papel fundamental no mercado de trabalho nos dias de hoje.”
No Maranhão, a demanda pelo nível de capacitação até 2025 será de:
- Qualificação (menos de 200 horas): 44.277 profissionais
- Qualificação (mais de 200 horas): 16.892 profissionais
- Técnico: 4.207 profissionais
- Superior: 15.705 profissionais
- Em volume, ainda prevalecem as ocupações com nível de qualificação, cerca de 75% do total. Mas, segundo Márcio Guerra, houve um crescimento da demanda por formação em nível superior.
“O nível superior cresce sem dúvida a uma taxa muito elevada. Então, é preciso entender que fazer educação profissional não é o fim de uma trajetória. Profissionais que fazem qualificação profissional, fazem curso técnico e depois caminham para o ensino superior são profissionais extremamente valorizados no mercado de trabalho, pela experiência, pela prática e também pela formação”, avalia.
As áreas que mais vão demandar profissionais capacitados, tanto em formação inicial, quanto continuada, são:
- Construção: 18.301 profissionais
- Metalmecânica: 12.193 profissionais
- Logística e Transporte: 11.767 profissionais
- Transversais: 11.092 profissionais
- Alimentos e Bebidas: 4.469 profissionais
- Têxtil e Vestuário: 3.050 profissionais
- Eletroeletrônica: 3.049 profissionais
- Automotiva: 2.651 profissionais
- Telecomunicações: 2.428 profissionais
- Tecnologia da Informação: 1.901 profissionais
O gerente executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, destaca a relevância das ocupações nas áreas transversais. “Ou seja, aquelas ocupações coringas, aquelas profissões que são absorvidas por diversos setores da economia, que vão desde o setor automotivo até o setor de alimentos. No que diz respeito às áreas, vale destacar também aquelas profissões que estão relacionadas com a indústria 4.0, relacionada a automação de processos industriais.”
Ele também explica que há diferenças nas áreas de formação mais demandadas entre os estados. Isso se deve à dimensão do país e à complexidade da economia brasileira. Segundo Márcio Guerra, a heterogeneidade de recursos e de produção acaba refletindo essas características.
“Nós sabemos que, em alguns estados, há uma concentração industrial maior e em outras regiões, como a região Norte, há uma dispersão maior. Então a estrutura industrial, ou seja, os setores que são predominantes em determinadas regiões são diferentes.”