Vale do Pindaré vai sediar encontro de saúde da mulher indígena

Durante os dois dias, as participantes terão uma programação diversa e dinâmica dentro do próprio território indígena

Fonte: Com informações da assessoria

Com o objetivo de promover o debate sobre a saúde da mulher Guajajara e a troca de saberes entre mulheres de diferentes etnias e territórios como forma de fortalecer o corpo, o espírito e a terra, acontece o primeiro Encontro Saúde da Mulher Indígena Guajajara entre os dias 19 a 21 deste mês na Aldeia Januária, na Terra Indígena Rio Pindaré, município de Bom Jardim, no Vale do Pindaré. O evento pretende reunir cerca de 150 mulheres indígenas dos povos Guajajara, Ka’apor e Awá, além de profissionais da área da saúde indígena, como médicos, enfermeiros e agentes indígenas de saúde. A ação faz parte de um conjunto de atividades dentro do Subprograma Saúde, no âmbito do Plano Básico Ambiental – Componente Indígena (PBACI), implementado pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).

Durante os dois dias, as participantes terão uma programação diversa e dinâmica dentro do próprio território indígena. Entre as atividades previstas estão um painel sobre “Considerações sobre as políticas locais e nacional voltadas para a Saúde da Mulher Indígena” e uma palestra com o tema “A importância do preventivo para a mulher indígena”, além de momentos de pintura corporal, danças e cantos. Outro ponto importante que está na pauta do encontro será a atualização e o encaminhamento de propostas referentes à saúde da mulher para a sexta Conferência Nacional de Saúde Indígena, que acontece no mês de novembro, em Brasília – DF.

“Compreendendo que a saúde da mulher indígena deve se pautar não só nas relações e fortalecimento das mulheres em seus territórios, mas também entre os territórios indígenas e suas organizações internas. As mulheres são também guardiãs da saúde de suas famílias, neste sentido a troca e a produção de conhecimentos entre mulheres e povos é de fundamental importância para a prevenção de doenças e promoção de saúde em suas aldeias”, ressaltou o coordenador do Subprograma Saúde do PBACI, Carlos Lourenço.

De acordo com a liderança feminina, coordenadora Região Norte da Articulação de Mulheres Indígenas do Maranhão (Amima) e secretária da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab), Taynara Caragiu Guajajara, não se trata somente de encontro, mas sim de uma conexão entre mulheres indígenas. “Queremos expandir e compartilhar nossos saberes sobre a saúde da mulher indígena e como o território pode influenciar para a cura da mulher Guajajara, Ka’apor e Awa. Pois, o útero da mãe terra é indígena. Ouvir as vozes das mulheres indígenas é entender que queremos uma saúde que respeite nossos corpos, nossos saberes, nossa cultura, nosso modo de vida. Estamos juntas para dialogar sobre nossa saúde e falar também da nossa existência”, enfatizou.

Espera-se que o encontro, ao final, possa fortalecer e colocar no centro dos debates político-institucional as principais pautas da saúde da mulher indígena, como forma de apoiar e construir propostas mais humanizadoras e contextualizadas dentro e fora dos seus territórios, respeitando seus modos de vida e suas sabedorias ancestrais, além de promover interculturalidade com o sistema de saúde não-indígena. Entre as organizações parceiras do evento estão a Amima, a Umiab, o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

O Plano Básico Ambiental – Componente Indígena (PBACI) dos povos Awá Guajá e Guajajara das Terras Indígenas Rio Pindaré e Caru é um instrumento condicionante para o licenciamento ambiental do projeto de Expansão da Estrada de Ferro Carajás (EEFC) de responsabilidade da empresa Vale S.A, conduzido pela Funai e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sendo o ISPN a organização implementadora.

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