Cientistas confirmaram uma sensação peculiar dos últimos tempos: o mundo está mais acelerado. E não é figura de linguagem. No mês passado, a Terra completou a rotação mais rápida até hoje registrada, encerrando a contagem de 24 horas com 1,59 milissegundos a menos.
Em 2020, as rotações foram completadas mais rapidamente em 28 ocasiões — na mais veloz delas, houve uma aceleração de 1,47 milisegundos.
Um encontro de astrofísicos em Singapura vai estudar o fenômeno. Os cientistas Leonid Zotov, do Instituto Astronômico Sternberg (de Moscou), Christian Bizouard, do Observatório de Paris, e Nikolay Sidorenkov, do Centro Russo de Pesquisa sobre Hidrometeorologia, devem apresentar uma teoria, durante a convenção, baseada na chamada “oscilação de Chandler”, um ligeiro desvio no eixo de rotação do planeta.
De acordo com os cientistas, sistemas como o GPS poderão ser afetados e novos protocolos precisariam ser implementados para lidar com a questão. Softwares que dependem da sincronização do tempo também demandariam uma atenção especial.
“Certamente a Terra está girando mais rápido agora do que em qualquer momento dos últimos 50 anos. É bem possível que um segundo bissexto negativo seja necessário se a taxa de rotação da Terra aumentar ainda mais, mas é cedo para dizer se isso provavelmente acontecerá”, destacou Peter Whibberley, pesquisador do Laboratório Nacional de Física do Reino Unido, ao jornal britânico The Telegraph.