Teve início na manhã desta quinta-feira, 18, no 3º Tribunal do Júri de São Luís, o julgamento de Jefferson Santos Serpa, acusado pelo duplo homicídio de Graça Maria de Oliveira e de Talita de Oliveira Frizeiro. Mãe e filha foram mortas no dia 06 de junho de 2020, no interior da casa das vítimas, no bairro do Calhau.
A primeira testemunha ouvida foi a irmã da vítima Graça de Oliveira e tia de Talita Frizeiro.
Em seguida, uma pastora da igreja em que Graça congregava foi ouvida, assim como a terceira testemunha.
Foram destacadas cinco testemunhas, arroladas em comuns à defesa e ao Ministério Público, que dispensaram as outras duas pessoas que seriam ouvidas.
Por volta do meio-dia, o réu foi ouvido, então houve um intervalo para o almoço, e depois serão iniciados os debates.
Jefferson Serpa foi acusado pelo Ministério Público Estadual pelo crime de homicídio qualificado por meio cruel (tortura e asfixia), mediante recompensa e emboscada, a mando do ex-marido da vítima Graça Oliveira, o empresário Geraldo Abade Souza.
O réu foi denunciado em concurso material e de pessoas com Geraldo Abade de Souza (ex-marido da vítima Graça de Oliveira), e Maycon Douglas Rodrigues de Souza.
Geraldo Abade, mandante, teria contratado Maycon de Souza, intermediário, que contratou Jefferson Serpa para praticar os crimes de homicídio qualificado contra Graça Oliveira e Talita Frizeiro. Na época, o acusado estava prestando serviço de pedreiro na casa das vítimas.
O réu está recolhido na UPSL1-São Luís, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, desde o dia 16 de junho de 2020, assim como Geraldo Abade, que ainda terá o julgamento marcado.
Por falta de indícios suficientes, o juiz José Ribamar Goulart Heluy Júnior, titular da 3ª Vara do Tribunal do Júri, impronunciou o acusado Maycon Douglas Rodrigues de Sousa, fundamentado no artigo 414 do Código de Processo Penal, com ressalva de reabertura de ação penal no caso de surgimento de novas provas.
Mãe e filha foram encontradas mortas dentro de veículo e enroladas em um lençol
Agentes e peritos da Polícia Civil encontraram, no dia 7 de junho de 2020, em uma residência localizada no bairro Quintas do Calhau, próximo à churrascaria Sal e Brasa, em São Luís, duas mulheres mortas – mãe e filha. Elas estavam dentro de um veículo da família, na garagem da residência, e enroladas em um lençol.
As vítimas foram identificadas como Graça Maria Pereira de Oliveira, de 54 anos, e a filha a jovem Talita Oliveira de Oliveira Friseiro, de 25 anos de idade.
Exames preliminares feitos no local por peritos do Instituto de Criminalística (Icrim) mostram que as vítimas foram assassinadas por estrangulamento.
O crime, conforme a Polícia Civil, foi cometido a mando do ex-marido de Graça e executado por um pedreiro de uma obra ao lado da casa das vítimas, com a ajuda de um intermediador que também foi preso, à época.
Segundo a delegada Viviane Fontenele, que comandou as investigações do caso, o homem era conhecido da família, tendo livre acesso ao imóvel da empresária; e, por isso, entrou na residência sem levantar qualquer suspeita de que cometeria o crime.
Em depoimento, o autor das mortes deu detalhes à polícia sobre como ocorreram as mortes das duas. De acordo com o pedreiro, na manhã de sábado (6), ele entrou na residência pedindo à própria Graça que abrisse o portão, como de costume. No local, ele amarrou e amordaçou a vítima.
Ao terminar a ação com a mãe, a filha dela se aproximou e ele agiu da mesma forma. Graça foi levada para o banheiro do quarto e a filha deixada na sala, conforme relato do autor à polícia. O homem retornou à obra e voltou depois que não tinha mais ninguém trabalhando.
Já na residência, de acordo com a delegada, o pedreiro teria estrangulado Graça ainda no quarto; e, em seguida, a levou para dentro do automóvel que estava estacionado na garagem das vítimas. No caso de Talita, a morte ocorreu dentro do carro e, além de asfixiada, ela também foi atingida com uma viga de ferro na cabeça.
Mandante preso em Imperatriz
O empresário Geraldo Abade foi capturado na cidade de Imperatriz, no dia 20 de junho de 2020, para onde teria fugido após o crime. Ele era ex-marido de Graça e teria sido o mandante do crime. Eles foram casados por 15 anos, estavam separados há cinco e travavam uma disputa de bens desde então, fato que teria motivado as mortes.