Pilotos de um Boeing 737-800, da Ethiopian Airlines, matrícula ET-AOB, que realizava o voo ET-343 de Cartum, no Sudão, para Adis Abeba, na Etiópia acabaram dormindo no cockpit e passaram literalmente voando do aeroporto onde deveriam pousar.
Eles só foram acordados após o aviso de desativação do piloto automático soar na cabine. O Boeing ultrapassou o ponto em que deveria iniciar a descida – momento em que os pilotos deveriam liberar a chamada “janela de altitude”. O avião estava na direção correta, programada no sistema de gerenciamento de voo e executada pelo piloto automático, rumo à pista 25L (esquerda) sem, no entanto, descer.
O Controle de Tráfego Aéreo (ATC) chamou a tripulação pelo rádio várias vezes, sem sucesso. Os dois pilotos na cabine, simplesmente, não ouviram os repetidos chamados.
Ao passar sobre a pista onde deveria pousar, ainda a 37 mil metros de altitude, o Boeing 737-800 soou na cabine o alarme de desconexão (desligamento) do piloto automático. Afinal, o instrumento foi programado para voar até aquele ponto. Era como se o computador dissesse: “Vocês me programaram para vir até aqui mas não desceram”. Os tripulantes só acordaram com o som emitido pelo desligamento do piloto automático.
A partir desse momento, retomaram o controle do avião e iniciaram os procedimentos para um pouso seguro na pista 25L, cerca de 25 minutos após terem passado sobre a pista.
Os dados ADS-B confirmam as informações recebidas pelo The Aviation Herald, mostrando que o avião manteve o nível de voo (FL370) até depois de sobrevoar a pista, antes de começar a descer e manobrar para outra aproximação.
A companhia não emitiu nenhum comunicado sobre as causas do incidente.