Conheça o profissional raro mais procurado pelas empresas

Enquanto as vagas neste setor aumentaram 98% no último ano, menos de 1% dos profissionais está preparado para preenchê-las

Fonte: Da redação com Exame

Duas mil seiscentos e quarenta horas. Este tempo que uma pessoa passa trabalhando por ano, considerando o limite de até 44 horas semanais estabelecido pela CLT. O número corresponde a cerca de 30% do total de horas vividas em um ano – mas a porcentagem fica ainda mais significativa quando retiramos da conta as horas que passamos dormindo.

Nesse contexto, não é de se estranhar que encontrar um trabalho que traga um impacto positivo para a sociedade e senso de realização para o profissional esteja entre as prioridades das novas gerações – que, muitas vezes, acabam priorizando os valores e o propósito da empresa antes mesmo da remuneração ou da estabilidade na busca por um emprego.

Mas, a julgar pelo resultado de uma pesquisa realizada pela SurveyMonkey com mais de 300 profissionais de 21 estados, a maioria dos brasileiros ainda não conquistou este objetivo. Os dados mostraram que 36,52% dos profissionais no país estão infelizes com seus trabalhos atuais e que 64%,24 gostariam de fazer algo diferente. Sendo a falta de realização profissional, baixa remuneração e falta de qualidade de vida algumas das principais razões para isso.

A boa notícia é que uma carreira que possibilita aliar propósito a cargos e salários altos está ganhando espaço no Brasil – e que empresas milionárias já estão disputando estes profissionais.

Estamos falando do profissional de ESG, que é aquele responsável por orientar e garantir que o discurso sustentável (cada vez mais essencial para o sucesso dos negócios) seja, de fato, colocado em prática dentro das organizações.

De acordo com um relatório recente da consultoria britânica GlobalData, as vagas em ESG aumentaram 98% no último ano, passando de 531 postos em maio de 2021 para 1.049 em maio deste ano. Mas a oferta de pessoas especializadas em ESG ainda segue baixa no mercado.Para ter uma ideia, de acordo com o CFA Institute, menos de 1% das 1 milhão de contas analisadas pela instituição no LinkedIn em 2020 tinha as habilidades necessárias para atuar na área.

É essa defasagem entre a oferta e a demanda de profissionais que tem impulsionado os salários no setor ESG, tornando-o atrativo tanto do ponto de vista da realização pessoal, quanto da remuneração.

Vale destacar que, ainda que algum nível de especialização (de cursos livres à MBAs) costume aparecer entre os pré-requisitos para trabalhar com ESG, ter experiência na área já não é uma exigência tão comum dentre os recrutadores no setor. O que significa que, mais do que uma oportunidade para profissionais que já trabalham com sustentabilidade e governança corporativa, o aumento da oferta de vagas na área também representa uma alternativa para aqueles que optaram por uma transição de carreira em busca de cargos, salários e propósito maiores.

O que faz um profissional de ESG?

A sigla ESG (acrônimo em inglês para Environmental, Social and Governance) diz respeito às ações que uma instituição toma e que impactam diretamente o meio ambiente e a sociedade. Pautas como gestão de risco, transparência fiscal, segurança dos funcionários e redução dos impactos da cadeia de produção são alguns exemplos de questões que fazem parte da agenda ESG.

Assim, os profissionais de ESG são aqueles que atuam para garantir que atitudes nesse sentido sejam tomadas dentro das empresas. Na prática, as ações vão desde promover programas de treinamento interno sobre estas temáticas, até desenvolver estratégias para minimizar os impactos na cadeia produtiva da empresa e monitorar seus indicadores de desempenho. Veja outras atribuições do profissional de ESG no gráfico abaixo, retirado de uma pesquisa da Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (Abraps) em parceria com a consultoria Delloite.

Segunda Pesquisa Profissionais de SustentabilidadeNo mesmo levantamento, também é possível ter uma ideia de como uma carreira em ESG tende a trazer altos índices de satisfação pessoal e propósito. Isso porque sete em cada 10 respondentes apontou a realização pessoal como a principal motivação para ingressar na área.

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