Assassino do jornalista Décio Sá é condenado no Piauí por morte de corretor

Jhonatan de Sousa também já foi sentenciado por outros 4 homicídios e é suspeito de matar mais de 40 pessoas.

Fonte: Redação / Cidade Verde

Jhonatan de Souza Silva, assassino do jornalista Décio Sá, foi condenado a 18 anos de prisão pela execução do corretor de veículos Fábio dos Santos Brasil Filho, em crime ocorrido no dia 31 de março de 2012, no município de Teresina-PI. A sessão do Tribunal Popular do Júri ainda sentenciou Elker Farias Velosoa a 16 anos de reclusão por participação no homicídio.

Jhonatan de Souza Silva foi condenado por mais um homicídio (Foto: Divulgação)

A única testemunha ouvida no julgamento, arrolada pela defesa dos réus, participou por meio de videoconferência de um presídio. As quatro pessoas que testemunhas convocadas pelo Ministério Público não compareceram ao Tribunal.

“As pessoas arroladas pelo Ministério Público, com medo, não compareceram ao plenário, informou o promotor Rômulo Cordão.

Pelo crime foram indiciadas seis pessoas, mas na quinta (25), foram julgados apenas Jhonatan de Sousa, autor dos disparos, e Elker Farias que estava conduzindo o veículo de fuga.

Os dois são os mesmos acusados que participaram do assassinato do jornalista Décio Sá, em São Luís, onde já foram julgados e condenados pelo crime. Jhonatan de Sousa também já foi sentenciado por outros 4 homicídios e é suspeito de matar mais de 40 pessoas.

Julgados após 10 anos de cometerem o crime, os reús, que foram trazidos de presídios em outros estados, não esboçaram muitas reações diante das acusações.

Segundo o promotor Rômulo Cordão, que atua na acusação, os acusados faziam parte de grupo de agiotagem que tinham contratos com diversos municípios no Maranhão, onde fraudavam licitações. Fábio Brasil teria participado desse grupo, mas devido a um desentendimento, a morte dele teria sido encomendada.

O crime

Fábio Brasil foi assassinado em março de 2012 quando estava dentro de um veículo na Avenida Miguel Rosa, em Teresina. A dupla teria recebido R$ 100 mil pelo crime.

Fábio Brasil foi assassinado a tiros (Foto: Reprodução)

Segundo a investigação, três semanas após o crime, essa mesma dupla matou o jornalista Décio Sá, que estava fazendo reportagens sobre contratos fraudulentos envolvendo esse grupo de agiotagem.

Morte de Décio Sá

Na noite de segunda-feira, 23 de abril de 2012, o jornalista e blogueiro Décio Leite de Sá, de 42 anos, foi assassinado com cinco tiros de pistola ponto 40 por Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos. O crime aconteceu no Bar e Restaurante Estrela do Mar, localizado na Praia de São Marcos, às margens da Avenida Litorânea, em São Luís.

O jornalista Décio Sá foi assassinado com seis tiros em 23 de abril de 2012, num bar da Litorânea. (Foto: Reprodução)

O pistoleiro desceu de uma motocicleta, atravessou a pista e foi até o Bar Estrela do Mar, onde o jornalista esperava um amigo para jantar.

Um garçom informou que o assassino se deu ao trabalho de ir ao banheiro, para se certificar de que era mesmo o jornalista. Depois, próximo à mesa onde Décio se encontrava, o assassino disparou seis tiros, dos quais cinco alvejaram a vítima.

Na época, o crime obteve ampla repercussão, com manifestação de pesar de entidades como a Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Associação Nacional dos Jornais (ANJ) e Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

Dos 12 acusados de participar direta e indiretamente da trama que resultou na morte do jornalista, apenas dois já foram julgados. O assassino confesso Jhonathan de Sousa Silva, condenado a 25 anos de prisão em regime fechado, e o piloto da motocicleta que deu fuga a ele, Marcos Bruno, senteciado a 18 anos em regime fechado.

Os acusados que ainda serão julgados são: o empresário Gláucio Alencar Pontes Carvalho, acusado de encomendar o crime; Shirliano de Oliveira, o Balão, acusado de auxiliar o assassino (foragido); e José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, acusado de intermediar a contratação do pistoleiro (preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas).

José de Alencar Miranda Carvalho, pai de Gláucio, que também seria julgado como um dos acusados de encomendar o crime, faleceu em abril deste ano.

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