Saiba como se proteger do “golpe do retrovisor”

Durante os horários de pico no trânsito das grandes cidades, o fluxo de veículos nas avenidas e rodovias aumenta

Fonte: Da redação

Durante os horários de pico no trânsito das grandes cidades, o fluxo de veículos nas avenidas e rodovias aumenta ao ponto de provocar grandes congestionamentos. O tráfego lento também aumenta o risco de assaltos aos motoristas e passageiros. Por esse motivo, é muito importante reforçar as medidas de segurança nesses momentos. No entanto, há abordagens criminosas que independem das condições do tráfego e, na verdade, procuram tirar proveito de um certo relaxamento das vítimas.

Um vídeo que vem circulando na web mostra como o conhecido “golpe da batidinha” foi atualizado por criminosos, que tiram proveito da falta de atenção das vítimas para praticar furtos e assaltos em meio ao trânsito caótico dos grandes centros urbanos brasileiros.

Nesse tipo de assalto, agora rebatizado de “golpe do retrovisor”, uma pessoa esbarra em um dos retrovisores do carro com força suficiente para tirá-lo do ângulo ideal para o motorista. Com isso, o condutor ou um carona acabam sendo forçados a baixar o vidro e tentar recolocar o equipamento na posição original. É justamente nesse momento que os ladrões entram em ação.

Segundo o professor de direito penal e processos e especialista em segurança pública, Raphael Pereira, esta é uma atualização do “golpe da batidinha”, que ocorre quando os criminosos simulam uma pequena batida no veículo da frente para forçar a vítima a sair do carro, com o objetivo de assaltá-la.

“A diferença é que o golpe do retrovisor é aplicado em áreas urbanas, em momentos de menos movimento. Alguns pedem informação, outros batem no retrovisor, é sempre uma tática para reduzir a vigilância da vítima, já que nesses crimes contra o patrimônio, o criminoso busca facilidade”, alerta o especialista.

O especialista esclarece, ainda, que os criminosos podem adotar táticas diferentes de abordagens no momento da ação delituosa. “Pode ser um casal apoiado no seu carro quando você estaciona, alguém disfarçado de trabalhador, o que quero dizer é que não existe mais o estereótipo do bandido, hoje qualquer pessoa pode ser um assaltante.”

Como se proteger do golpe do retrovisor

De acordo com Raphael Pereira, não existe uma estratégia 100% eficaz para impedir essa modalidade de crime. Por isso, o mais importante é adotar procedimentos para minimizar os riscos.

“A dica é evitar estacionar em locais desertos e não ceder às investidas de estranhos. Bateram de leve no seu carro? Tente ir até um posto para conversar. Evite abrir a janela, vivemos em um país onde a violência existe. Outra coisa muito importante é registrar os crimes e as tentativas, pois esses dados vão fortalecer políticas públicas e até definir ações de policiamento”, comentou.

Já para a Polícia Militar de São Paulo, que até já incluiu esse golpe no seu manual de autoproteção, uma das melhores medidas possíveis é sempre tentar mapear possíveis pontos de apoio nos trajetos que as pessoas fazem costumeiramente.

“Procure identificar em seus deslocamentos habituais postos policiais, pontos de estacionamento de viaturas e ainda postos de abastecimento 24 horas, além de outros estabelecimentos comerciais que em situação de emergência podem servir como ponto de apoio”, recomenda a Polícia.

Outra orientação é para que os motorista continuem a dirigir com os vidros fechados e portas travadas, especialmente durante as paradas, além de evitar uso de joias e relógios enquanto estiver no trãnsito. “Não pare para auxiliar outros motoristas em locais isolados, mal iluminados ou em horas avançadas da noite. No caso de lhe parecer algum acidente ou alguém em dificuldades, avise à Polícia imediatamente”, alerta o documento.

Também é importante sempre desconfiar de pequenas batidas, principalmente em locais ermos. “Nestes casos não pare, especialmente à noite, em locais isolados, mal iluminados e de pequena circulação de pessoas e veículos. Sinalize para que as demais pessoas envolvidas possam lhe seguir até o posto policial mais próximo”, finaliza.

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