Lesão pulmonar aguda pode estar relacionada ao uso de cigarros eletrônicos

Ao ser inalada, a fumaça produz alterações no Sistema Nervoso Central, modificando o estado emocional e comportamental.

Fonte: Com informações do Ministério da Saúde

O tabagismo é uma doença presente na população brasileira. Durante o ano de 2021, foram realizados mais de 711 mil atendimentos individuais por tabaco.

Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, a prevalência de usuários atuais de produtos derivados de tabaco, fumado ou não fumado, de uso diário ou ocasional, foi de 12,8%, ou seja, 20,4 milhões de pessoas.

Os desafios no combate se intensificaram nos últimos anos com o surgimento de novos produtos de nicotina e tabaco, como os dispositivos eletrônicos. Esses itens são frequentemente ofertados a crianças e adolescentes pela indústria especializada.

No Brasil, ocorre um aumento significativo no uso de cigarros eletrônicos, e a idade média de experimentação entre os jovens é de 16 anos para ambos os sexos.

No primeiro trimestre de 2022, a prevalência do tabagismo foi maior entre jovens entre 25 e 34 anos e o uso experimental de narguilé e cigarro eletrônico foi relatado por 7,3% da população.

Pesquisas recentes publicadas no PubMed Central, um repositório digital organizado pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, mostram o aparecimento do quadro de lesão pulmonar aguda, caracterizado por uma série de sinais e sintomas relacionados ao uso de cigarros eletrônicos, denominada EVALI (do inglês E-cigarette or Vaping use-Associated Lung Injury).

Ao ser inalada, a fumaça produz alterações no Sistema Nervoso Central, modificando o estado emocional e comportamental, de forma similar ao que acontece com a cocaína, a heroína e o álcool. Com a inalação contínua da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o mesmo nível de satisfação do início. O efeito é chamado de tolerância à droga.

Com o passar do tempo, o tabagista passa a ter necessidade de consumir cada vez mais o produto e aumenta o risco de se desenvolver doenças crônicas não transmissíveis, que podem levar à invalidez e à morte.

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