Já faz tempo que a transformação digital começou a influenciar o mercado de trabalho e o dia a dia dos moradores de grandes centros urbanos. A novidade é que, nos últimos tempos, o processo de digitalização começou a romper as barreiras da cidade para oferecer soluções tecnológicas no campo também – e este processo tende a se intensificar ainda mais com a chegada do 5G às zonas rurais.
Da utilização da tecnologia blockchain para diminuir fraudes, trazer mais transparência à cadeia produtiva e melhorar a logística aos sistemas de irrigação inteligentes que ajudam a reduzir o consumo de água, a tecnologia tem impulsionado o agronegócio. Mais do que isso: tem ajudado a instalar uma verdadeira revolução no setor.
“A digitalização do setor […] permite que a agricultura familiar se profissionalize, criando novos canais de acesso aos mercados consumidores e auxiliando no acesso à informação necessária para a gestão do empreendimento. Também pode atuar como um vínculo social, viabilizando a permanência de pequenos agricultores em áreas remotas, evitando o êxodo às grandes cidades, especialmente das novas gerações mais vinculadas com as tecnologias digitais” diz uma pesquisa realizada pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
De olho nesse movimento, o mercado de trabalho já começou a procurar pessoas capazes de orientar a implementação de projetos digitais em propriedades agrícolas . O que resultou no surgimento de novos postos de trabalho e no aumento do número de vagas no setor.
Profissões emergentes no agronegócio
A pesquisa da GIZ em parceria com o Senai mapeou oito carreiras relacionadas a agricultura que – impulsionadas pela transformação digital – devem ganhar força nos próximos anos. E destacou aquelas cuja demanda por profissionais é ainda mais urgente e significativa: técnico em agricultura digital, engenheiro agrônomo digital e técnico em agronegócio digital.
1. Técnico em agricultura digital
Este profissional tem o objetivo de melhorar a produção das fazendas (promovendo o manejo integrado de pragas e doenças, monitoramento de clima, comercialização etc) por meio da digitalização. Para isso, ele precisa entender tanto de processos práticos do campo, como de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).
2. Técnico em agronegócio digital
Focado em negócios, este profissional é o principal responsável pela implementação de projetos digitais em propriedades agrícolas. Suas principais atribuições são, a partir do uso de TICs, identificar e mapear os problemas do campo e coordenar times em busca da solução para necessidades de produtores agrícolas e dos demais stakeholders do agronegócio. Conhecimento em análise de dados, programação e gestão são alguns dos requisitos de formação.
3. Engenheiro Agrônomo Digital
De acordo com a SEAPA-RS, um engenheiro agrônomo digital é um profissional que tem conhecimentos de Engenharia Agronômica e agricultura digital, conhecendo as tecnologias digitais para aplicação tanto nos processos quanto negócios, assim projetando fazendas com base nas tecnologias digitais. Para os experts escutados pelo estudo da GIZ, este profissional também precisa saber sobre plantas e formas de plantio; análise de dados da produção agrícola; relevo e topografia da região em que irá atuar.