Uma discussão política durante culto evangélico terminou em tiros e homem baleado, em Goiânia. A vítima foi o assessor empresarial Davi Augusto de Souza, de 40 anos, atingido na perna pelo policial militar Vitor da Silva Lopes, de 37, dentro da Congregação Cristã no Brasil, no bairro Finsocial.
De acordo com a polícia, Souza estaria revoltado com o discurso do pastor, que pregava aos fiéis para não votar “em vermelhos”, em referência aos partidos de esquerda.
O irmão da vítima, Daniel Augusto, afirma que o policial que disparou era amigo do pastor Djalma Pereira Faustino, atuante na congregação há 33 anos. Ele relatou sobre a discordância de alguns membros da igreja com a postura política do pastor nos cultos, algo incomum na congregação, que evita “vínculo com partidos”. Na confusão, houve agressão física entre Davi Augusto e o PM, que sacou a arma e atirou no assessor empresarial.
Segundo Daniel Augusto, o desentendimento começou após provocações do pastor sobre eleitores de políticos de esquerda.
“A briga foi por motivação política. Vitor não gostava de partidos de esquerda, assim como o pastor. Mas a raiva dele era maior pelo meu irmão ter denunciado o Djalma ao conselho da igreja, por ser contra o que o pastor falava. A gente é nascido e criado na congregação e nunca foi de se envolver em política — afirma Daniel Augusto, revoltado
“Meu irmão estava baleado, sangrando e eles continuaram o culto normalmente, como se nada tivesse acontecido”, completou.
Souza foi levado consciente para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde passou por seis horas de cirurgia para retirar a bala que atravessou as duas pernas. Ele segue internado em estado estável.
O Boletim de Ocorrência registrado nesta sexta-feira afirma que “no local, segundo informações, houve uma discussão entre dois indivíduos e o cabo Vitor da Silva Lopes. Os indivíduos tentaram entrar em luta corporal com o policial, que para se desvencilhar de um deles efetuou um disparo que alvejou a perna do envolvido”. A polícia informou ainda que o PM Vitor Lopes se apresentou na delegacia de maneira espontânea e foi liberado em seguida.
Em nota, a Polícia Civil diz que investiga o caso, e que a ocorrência foi registrada como “agressão por arma de fogo e lesão corporal culposa (sem intenção de machucar a pessoa agredida)”, contendo apenas as versões dos policiais militares que atenderam o chamado na igreja, de onde a vítima saiu em uma maca para o hospital.