Operação investiga fraudes fiscais ligadas ao mercado de cerveja em SP, MG e MA

Em São Luís, mandados foram cumpridos em um prédio na Península, onde a polícia apreendeu uma grande quantidade de dinheiro, incluindo dólares.

Fonte: Redação / PRF

Nesta segunda-feira (07) a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em conjunto com o GAECO e Receita Federal deflagraram a “Operação Ceres”, com o objetivo de investigar fraude fiscal estruturada no setor de bebidas, mais especificamente o de Cerveja.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na região de Itú/SP, São José dos Campos/SP, Fernandópolis/SP, Frutal/MG e São Luís no Maranhão.

Em São Luís, os mandados de busca foram cumpridos em um prédio de luxo na região da Península, onde a polícia apreendeu uma grande quantidade de dinheiro, incluindo dólares. O total dos valores serão divulgados em coletiva que será realizada ainda nesta segunda-feira, 7.

Segundo apurado em investigações administrativas conduzidas pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo – SEFAZ/SP e Receita Federal do Brasil, indústrias sediadas nas regiões de Piracicaba e Sorocaba teriam sido inseridas, fraudulentamente, na cadeia mercantil, com o propósito de promover a evasão fiscal de tributos estaduais e federais relacionados a operações interestaduais de cerveja.

A responsabilidade pelo pagamento (retenção do imposto) do ICMS, no caso da cerveja, ocorre por substituição, isto é, o fabricante/refinador/distribuidor recolhe antecipadamente o tributo devido em toda a cadeia de comércio. 

Deste modo, o fabricante de cerveja localizado fora do Estado de São Paulo, quando promove a saída da mercadoria com destino a estabelecimento localizado em território paulista, tem para si atribuída a responsabilidade pelo pagamento do imposto incidente nas operações subsequentes. Uma das exceções a essa regra ocorre quando a transferência da mercadoria se dá entre estabelecimentos industriais.

Se valendo dessa exceção, conforme as investigações, as empresas interpostas, cujo objeto social é de indústria, atraiam para si a responsabilidade fiscal pelo recolhimento do ICMS-ST.

Mas não só, a cerveja era vendida pelos fabricantes localizados nos Estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais com preço subfaturado para diminuir base de cálculo do tributo. As interpostas empresas, por sua vez, emitiam nota da mercadoria para suas filiais por preço ainda menor, diminuindo novamente a base de cálculo do produto.

Por fim, a mercadoria era alienada para distribuidoras ligadas à fabricante do Rio de Janeiro com pagamento ínfimo do imposto. A sonegação de ICMS entre os anos de 2016 a 2020 ultrapassou a cifra de trezentos milhões de reais.

A PRF participa em todos os pontos da operação que está sendo realizada em São Paulo, Minas Gerais e Maranhão, além de contar com o apoio dos GAECOS dos respectivos estados.

Além da participação nas ações desta segunda, a PRF também informou que trabalhou no levantamento de informações, prestando subsídio no planejamento da Operação.

A PRF ai da frisou que realiza fiscalizações e apreensões de mercadorias ilegais, dentre elas bebidas, como é o caso da cerveja. Em 2022, já foram apreendidos quase um milhão e trezentas mil unidades, totalizando 1.282.258 litros de cerveja sendo transportados de forma irregular nas rodovias federais de todo o país. Durante o ano de 2021 foram apreendidos 1.738.258 litros.

“Operação Ceres”

O nome da Operação é uma referência à Ceres, Deusa da agricultura e dos grãos na mitologia greco-romana. Do seu nome derivou a palavra cerveja, que vem do grego Ceres Visia, ou seja, “aos olhos de Ceres”.

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