Comissão adia votação do PL do Veneno após apelo de Eliziane Gama

Senadora alerta que mais de 1,9 mil agrotóxicos foram liberados para uso no Brasil nos últimos quatro anos.

Fonte: Da Assessoria

Após apelo feito pela líder do Cidadania no Senado e coordenadora da Frente Ambientalista da Casa, Eliziane Gama (MA), o presidente da Comissão de Agricultura, Acir Gurgacz (PDT-RO), adiou nesta terça-feira (29) a votação do chamado PL do Veneno (PL 1459/2022) , que modifica as regras de aprovação e comercialização de agrotóxicos no Brasil.

Pelo acordo que suspendeu a análise da matéria pelo colegiado até amanhã (30), o texto deve ser debatido hoje à tarde (29) com membros das comissões de transição de agricultura, saúde e meio ambiente do governo federal eleito, já que o tema é bastante polêmico e está em tramitação há 23 anos no Congresso Nacional.

Eliziane Gama ponderou que mais de 1,9 mil agrotóxicos foram liberados para uso no Brasil nos últimos quatro anos. Para ela, é grave um projeto em que as etapas facilitem a liberação de produtos que ‘claramente trazem riscos’.

“Não se pode deixar de lado a avaliação científica. Eu não posso deixar de lado cientistas que estão dizendo o que vai acontecer a partir da aprovação desse projeto”, disse a parlamentar, que defende a participação efetiva de órgãos ambientais e da área de saúde – como Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), no acompanhamento da fiscalização e controle para a liberação de agrotóxicos no País.

Eliziane Gama enfatizou que a atual proposta torna a Anvisa) e o Ibama apenas órgãos consultivos, por não terem mais a palavra final na liberação dos pesticidas, o que, pelo texto, caberá ao Ministério da Agricultura.

“Vamos sentar com o GT [Grupo de Trabalho] da saúde, vamos sentar com o GT [Grupo de Trabalho] ambiental da área do governo eleito e vamos tentar encontrar uma saída que seja mais plausível, que seja mais palatável e que, sobretudo, não agrida a saúde do povo brasileiro”, disse.

A senadora destacou ainda que com a ampliação do debate sobre o projeto será possível ajustá-lo em pelo menos três pontos para que a matéria possa avançar.

“Podemos construir, chegar a um acordo que seja menos ruim. Podemos sair com um texto de fato que seja melhor”, afirmou Eliziane Gama (Com informações da Agência Senado)

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