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Veja os exames de sangue que podem detectar 14 tipos de cânceres

Pesquisadores analisaram presença de glicosaminoglicanos, moléculas que se relacionam com a presença de 14 tipos de câncer diferentes

Fonte: Com Ivana Fontes

Uma análise chamada de “biópsia líquida”, feita com exame de sangue, poderá detectar 14 tipos diferentes, segundo um estudo publicado na segunda-feira (5) na revista PNAS. Esse é um ponto de partida importante para descobrir a doença de formas não invasivas.

Com amostras de urina e de sangue de 1.260 voluntários, os pesquisadores analisaram a presença de glicosaminoglicanos, ou seja, moléculas que se relacionam com a presença de 14 tipos de câncer diferentes. Com isso, a sensibilidade à detecção de tumores pelo sangue subiu de 10% para 62%, e a localização dos tumores ganhou uma precisão de 89%.

No que diz respeito ao custo, ele poderia custar cerca de R$ 50, entre cinco e dez vezes os valores das biópsias líquidas hoje em dia.

O principal autor do estudo, e também investigador do Instituto Karolinska, na Suécia, Francisco Gatto, disse ao jornal El País que ainda faltam algumas etapas para que o método chegue aos laboratórios e clínicas.

“O próximo passo é ter uma amostra de mais de 10 mil participantes para avaliar o cenário em que faria mais sentido usar este método e, antes de ser aprovado para a deteção de muitos tipos de câncer, seriam necessários estudos de maior dimensão, com 100 mil participantes”, afirma.

Quem deverá fazer o exame e combinações possíveis

Mas o teste não seria indicado para todos. Essa investigação faria mais sentido em pessoas que possuem “alto risco de câncer, com mais de 55 anos de idade ou com um histórico familiar de câncer”, segundo o pesquisador.

Análises assim também poderiam ser combinadas com a investigação da presença do DNA tumoral no sangue antes de existirem sintomas. Ele argumenta: “A mesma amostra de sangue poderia ser utilizada para testar glicosaminoglicanos e dos marcadores genéticos. Esta combinação poderia ser suficiente para se converter num sistema único de diagnóstico”.

Gatto fundou a Elypta para garantir o acesso a biópsias líquidas para detectar cânceres em estágios iniciais. A empresa já juntou 21 milhões de euros em financiamento. Caso o projeto avance, a mortalidade por câncer pode ser reduzida em até 15%, de acordo com estatísticas de um estudo da empresa Grail, também especializada em biópsias líquidas.

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