Além da forma natural, presente nos alimentos, a vitamina C desenvolvida para a área de dermocosméticos, para os cuidados de skincare, se apresenta em diversas fórmulas, composições e formatos. É importante saber escolher os produtos com a indicação certa de um especialista. Poderoso antioxidante, ela protege a pele contra os radicais livres e ainda participa da produção de colágeno, garantindo firmeza, combatendo manchas, clareando e iluminando a cútis e uniformizando-a.
O biomédico esteta Thiago Martins, mestre em medicina estética, professor universitário e fisioterapeuta dermatofuncional, explica que “a vitamina C em sérum ou creme atua como um poderoso antioxidante, diminuindo o estresse oxidativo causado por hábitos ruins do dia a dia, prevenindo o envelhecimento precoce, ajudando a diminuir manchas na pele, potencializando a ação do protetor solar e estimulando a biossíntese de colágeno. Ela está diretamente ligada ao rejuvenescimento e à manutenção da saúde da pele”.
Thiago Martins conta que a vitamina C, conhecida como ácido ascórbico, não pode ser sintetizada pelos seres humanos. “Só conseguimos obtê-la por meio da alimentação. Ela pode ser encontrada, principalmente, em frutas cítricas, vegetais e legumes. Atualmente, existem também vários suplementos de vitamina C via oral no mercado.”
Importante não só para a pele, o biomédico destaca que a deficiência da vitamina C pode ser diagnosticada por meio de exames de sangue e pelos sintomas e avaliação médica.
“Ela pode ser causada por uma alimentação pobre em frutas e verduras. As consequências são cansaço, fraqueza, irritabilidade e, em casos mais graves, hematomas, anemia, problemas na gengiva, nos dentes, além de pele e cabelos secos e sem vida. Grávidas ou mulheres que estão amamentando, pessoas com distúrbios que gerem febre alta ou inflamação, hipertireoidismo, diarreia, queimaduras, cirurgias e o tabagismo também podem fazer com que haja uma necessidade aumentada de vitamina C e um maior risco de deficiência.”
Quanto aos benefícios para a pele, Thiago Martins enfatiza que a vitamina C, por ser um antioxidante, é muito importante. “Isso faz com que ela combata e previna a ação dos radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento cutâneo precoce. Além disso, é eficaz para quem busca tratar e clarear as manchas na pele, garante hidratação (principalmente se houver a combinação com ativos como o ácido hialurônico) e aumenta a proteção contra os raios solares se usado junto com o filtro solar.”
Sugestão é usar o produto em cápsulas
Para não errar na escolha, Thiago Martins assegura que uma das melhores opções disponíveis é a vitamina C encapsulada, encontrada nos rótulos como ascorbosilane. “Outro fato que deve ser levado em consideração é a coloração. Muita gente acha que o ativo deve ter a cor laranja. Isso não é verdade. O cheiro também é importante. A vitamina C é praticamente inodora, não tem cheiro. Caso ele esteja forte ou desagradável, bem como com a cor mais escura, pode ser um indício de que o produto pode estar oxidado.”
Thiago Martins destaca que é importante considerar qual o tipo de pele de quem está comprando a vitamina C. “Há inúmeras versões no mercado que assimilam o ácido ascórbico com outros ativos complementares como, por exemplo, o ácido hialurônico, o ácido salicílico ou a vitamina E. A ideia é que esses ativos complementam a ação da vitamina C.”
O biomédico esteta indica que, para quem tem a pele oleosa e acneica, pode apostar na vitamina C com ácido salicílico. Já aquelas com pele sensível e seca devem investir na mistura entre a vitamina C e a vitamina E e ácido hialurônico. “Peles maduras podem usar dermocosméticos que associam vitamina C com ácido ferúlico, por também ser uma substância com ação antioxidante e reparadora que potencializa a vitamina C. Outro conselho é com relação à textura. O sérum é a melhor opção, pensando na rápida absorção e na capacidade de penetração em camadas mais profundas da pele.”
Thiago Martins alerta para os cuidados com a oxidação. “A vitamina C pode oxidar se entrar em contato com o ar, luz, temperaturas altas ou com a água, por exemplo. Isso faz com que a eficácia do dermocosmético diminua. Quando isso ocorre, a sua coloração fica mais escura, puxando para o tom terroso, e o cheiro fica mais forte. Já a textura se torna mais oleosa ou líquida que anteriormente. A cor, em estado normal, puxa para o bege claro. Com relação ao cheiro, ela é quase inodora.”
O biomédico recomenda a aplicação da vitamina C a partir dos 25 anos, quando a pele começa a dar os primeiros sinais de envelhecimento. “Mas nada impede de começar o uso a partir dos 20, por exemplo. Quanto mais cuidado, melhor.”
Por fim, ele enfatiza que a vitamina C é um dermocosmético tão importante quanto o protetor solar. Ambos devem ser usados diariamente. “Sem dúvida, os dois não deveriam deixar de ser usados nunca. A vitamina C pode ser utilizada tanto de manhã quanto à noite. Mas é fundamental que ela seja aplicada de manhã, já que potencializa a ação do filtro solar contra os raios ultravioleta. O produto pode ser puro, pois a vitamina C sozinha já tem inúmeros benefícios para a pele. Mas pode ser usada com outros componentes que vão potencializar algumas de suas propriedades.”