O presidente da Comissão de Ética da Câmara Municipal de São Luís, vereador Nato Júnior (PDT), apresentará na íntegra as informações obtidas pela comissão diante da denúncia de caso de suposto assédio envolvendo o vereador Domingos Paz (Podemos). O ato acontecerá nesta sexta-feira (30), às 9h, na Sala VIP da Câmara.
Nato Jr. solicitou informações da Casa da Mulher Brasileira e da Delegacia da Criança e do Adolescente (DPCA). A Casa da mulher respondeu que tem um TCO em desfavor do vereador Domingos Paz por “prática de injuria”. Nada fala de assédio. A DPCE, até o início da semana, não havia respondido. Como Nato Jr fará o pronunciamento, já deve ter-se pronunciado oficialmente.
Já a vereadora Silvana Noely, que pediu uma investigação do caso e o afastamento do colega Paz, respondeu oficialmente à Comissão de Ética que não reuniu elementos suficientes que comprovassem culpa do vereador.
Silvana chegou a conversar com as supostas vítimas e, oficiada, respondeu que não tinha elementos para responsabilizar o colega de parlamento.
Domingos Paz é acusado por pelo menos seis mulheres, dentre elas uma adolescente de 14 anos, de crimes de estupro e assédio sexual.
Entenda o caso
O vereador Domingos Paz (Podemos) enfrenta acusações de assédio sexual feitas por pelo menos por seis pessoas que se dizem vítimas do parlamentar, entre elas, uma adolescente de 14 anos.
Paz foi acusado pela ex-conselheira Tutelar da área Itaqui-Bacanga, Gleice Salazar. Ela acusou o vereador de ter pedido fotografias íntimas suas em troca de atendimento a demandas para a Educação na sua comunidade.
Em manifestação na tribuna da Câmara Municipal de São Luís, Domingos Paz garantiu que as acusações são inverídicas e que se trata de uma tentativa política de corromper o seu mandato.
“São pessoas que querem antecipar o debate de 2024 para agora. Eu tenho mandato, tenho um nome. Fica aqui a minha indignação com essas pessoas que jogam baixo, atacando a família. Aqui, eu estou de cabeça erguida. As providências estão sendo tomadas”, afirmou o vereador.
“Sou casado há 27 anos com a mesma mulher. Minha base é a sociedade. Acusações podem vir, mas provas não têm. Nunca tive aproximação com menores de idade, nem na minha adolescência. Eu tenho trabalhado dentro das comunidades, levando ações que nem sempre são divulgadas. Eu sei o que tem por trás de tudo isso, que é rasteiro e covarde”, completou Domingos Paz.
A DENÚNCIA
A ex-conselheira Gleice Salazar disse que, numa conversa com o vereador, por meio de mensagens, Domingos Paz teria tentado marcar um encontro com ela fora do expediente do trabalho:
“Gostei muito de você, desejaria conversar novamente”, teria dito o vereador.
Gleice afirma que se dispôs a ir até o gabinete de Paz, na Câmara Municipal de São Luís, mas ele teria sugerido: “No gabinete é muita gente. Não pode ser em um lugar reservado”?
Questionado pela vítima, o vereador teria apagado as mensagens. Salazar procurou Domingos Paz para pedir serviços de iluminação pública e tratar da falta de professores em escolas da Vila Sabiá, na zona rural de São Luís.
Sobre a adolescente de 14 anos, a mãe da garota disse que o vereador ofereceu dinheiro para sair com a filha. Em uma das mensagens, ele teria dito: “Ninguém poderia saber”.