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Estudante de Medicina é preso na Argentina por estupro de irmã e prima em Teresina

Acusado estava foragido há pelo menos dois anos, e foi localizado nessa quinta-feira, 19, cidade de Mar Del Plata, perto de Buenos Aires.

Fonte: Redação / Portal AZ

O estudante de Medicina Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira, de 23 anos, condenado pela justiça a 33 anos de prisão por estuprar a própria irmã e uma prima, ambas menores de idade, foi preso na Argentina. Ele estava foragido há pelo menos dois anos, informou o Portal AZ, que divulgou a notícia, nessa quinta-feira, 19.

O universitário usava identidade falsa na Argentina. segundo informou a Polícia Civil, que se valeu de investigações na internet para confirmar a residência de Marcos Vitor na região de Buenos Aires.

Marcos Vitor foi preso na manhã dessa quinta-feira, 18, na cidade de Mar Del Plata, perto de Buenos Aires, a capital argentina, conforme informou a Polícia Civil, que marcou coletiva para dar mais informações sobre as circunstâncias em que se deu a prisão do estuprador.

Conforme o Portal AZ, o universitário foi preso com apoio da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), do Corpo de Investigação Judicial (CIJ) do Ministério Público Fiscal de Buenos Aires e da Polícia Federal Argentina.

Marcos foi condenado em novembro do ano passado pelos estupros da irmã, de 12 anos, e da prima, de nove anos de idade, em Teresina. Havia ainda acusação de abuso contra outra irmã dele, de três anos, mas neste caso ele foi absolvido.

O juiz Raimundo Holland Moura de Queiroz, da 5ª Vara Criminal de Teresina, que o condenou, determinou pena de 10 anos, 4 meses e 7 dias pelo estupro da prima e de 23 anos e 4 meses, pelo crime contra a irmã.

Relembre o caso

A denúncia foi feita pelos próprios parentes à polícia. As vítimas já relataram os acontecimentos diretamente à Justiça, com o acompanhamento de psicólogos.

O suspeito, identificado como Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira, fugiu para o exterior, e o advogado que representa as vítimas afirmou que o Ministério Público pediu a prisão preventiva do estudante, à época.

Quando Marcos Vitor tinha apenas 8 anos, o pai dele foi viver com P.L. (que pediu para não ter o nome identificado). O casal de classe média, que mora na Zona Leste de Teresina, teve duas filhas, que teriam sido vítimas do irmão. A família acredita que os abusos tenham começado quando ele era adolescente, mas ninguém nunca percebeu nada. Nos depoimentos feitos no tribunal, as crianças contaram que ele se trancava com elas no quarto e tocava nelas.

Marcos Vitor se mudou para Manaus há cerca de dois anos, para cursar medicina. Os relatos começaram a ser expostos à família em julho deste ano, depois que uma prima contou ter sofrido abusos dele. A filha da advogada Priscila Karine Coelho Campos, irmã da madrasta de Marcos Vitor, faz tratamento psicológico desde os 6 anos, teve mudanças de comportamento e chegou a tentar suicídio. Hoje com 13 anos, a adolescente contou o que havia acontecido.

— A menina tomava antidepressivo desde pequena, vivia triste, calada. E ninguém entendia por quê. É uma monstruosidade. A partir daí, a madrasta dele começou a desconfiar que o mesmo poderia ter acontecido com as filhas. Ela perguntou a ele que confessou o crime, mas desde então não foi mais visto — diz o advogado Rodrigo Araújo, que trabalha como assistente do Ministério Público no caso.

O pai de Marcos Vitor é empresário e, depois que o escândalo teve início, ele e P.L. se separaram. A madrasta acredita que o pai venha defendendo o rapaz, que ainda não compareceu para depor na Polícia Civil do estado. As crianças foram ouvidas na Justiça para que não tenham que ser submetidas duas vezes a um depoimento extremamente traumatizante.

— Ele sempre foi criado como filho, ia em viagens da família. Quando ele passou para medicina em Manaus, minha família organizou tudo para ele ir. Depois que minha sobrinha contou o que ele fazia, minha mãe disse para ficar de olho nas minhas filhas. Questionei minha filha de 9 anos, mas pensei “ele não faria isso com a própria irmã”. Sempre morou junto, ninguém via nada de diferente. Ela me confirmou, chorando. Depois minha filha de 3 anos também confirmou — conta a madrasta.

De acordo com Araújo e com a madrasta, Marcos Vitor confessou o crime por meio de mensagens trocadas com ela por aplicativo de celular.

Desde então, Marcos Vitor estava em local ignorado. As mensagens foram entregues aos investigadores. Procurado pela reportagem, seu advogado afirmou não poder comentar sobre o caso, pois tramita em segredo de justiça.

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