O ministro dos Transportes, Renan Filho, informou na última quinta-feira (18), que o primeiro transporte de cargas partindo do Porto do Itaqui, no Maranhão, em direção ao Porto de Santos deverá ocorrer ainda este ano. A rota integra a EF-151 ou Ferrovia Norte-Sul, como é conhecida, projetada para ser o principal corredor logístico do Brasil.
A Ferrovia Norte-Sul funciona como uma ‘espinha dorsal’ do sistema ferroviário nacional, interligando as principais malhas ferroviárias das cinco regiões do Brasil. O trecho que fica entre Açailândia (MA) e Porto Nacional (TO), no Corredor Centro-Norte, é operado pela VLI por meio da subconcessionária Ferrovia Norte-Sul.
Já o trecho que vai de Estrela d’Oeste (SP) a Porto Nacional (TO) está sob concessão da Rumo desde 2019. A empresa venceu o leilão do trecho de 1.537 km, na B3, com outorga de R$ 2,719 bilhões (ágio de 100,92%), em março de 2019 e assinou contrato em julho do mesmo ano. A concessão vale por 30 anos.
Em nota, a Rumo informou que a previsão é concluir a última etapa de obras em Porto Nacional no mês de maio. Com isso, a via férrea estará liberada para operar ainda neste semestre. De acordo com a empresa, os serviços no trecho da ferrovia entre Ouro Verde e Rio Verde, em Goiás, estão a pleno vapor, com mais de 850 profissionais envolvidos nas frentes de trabalho e 236 equipamentos em uso para execução dos
serviços de terraplanagem e construção da infraestrutura da via.
“Essa é a última etapa de obras executadas pela concessionária na Malha Central (Ferrovia Norte-Sul) e a previsão é que os serviços sejam concluídos em maio. Com isso, a ferrovia estará 100% operacional no trecho de 1.537 quilômetros entre Porto Nacional (TO) e Estrela d’Oeste (SP), município que conecta a malha paulista até o Porto de Santos. A expectativa é ampliar a atuação no mercado de grãos, líquidos, fertilizantes e outras cargas no Centro-Oeste e Norte do País”, informou a concessionária.
O diretor-executivo da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), Angelino Caputo, disse que os terminais portuários de grãos de Santos precisam estar atentos não só com o acesso ao Porto de Itaqui, mas em especial com o acesso à região produtora do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
“Assim, além das alternativas de escoamento da safra por Itaqui ou por Barcarena (o trecho AçailândiaBarcarena ainda não está operacional, porém a construção já está autorizada), passará a existir a alternativa de escoamento por Santos, a ser avaliada pelos donos das cargas no que diz respeito ao tempo de viagem, custos de frete e de operação portuária”. Caputo observou ainda que os investimentos em infraestrutura ferroviária favorecerão mais o transporte de cargas rumo aos portos da Região Norte do País.