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Polícia ainda investiga morte de homem que morreu logo após fazer tatuagem

Laudo sugere intoxicação por anestésico, e o tatuador está sendo investigado.

Fonte: Com informações do g1 PR e RPC

Um vendedor da cidade de Curitiba, identificado como David Luiz Porto Santos, de 33 anos, morreu após fazer uma tatuagem no braço. A Polícia Civil está investigando tatuador José Manoel Vieira de Almeida.

A esposa de David Luiz relatou em depoimento que ele teve uma reação quase imediata à lidocaína — substância anestésica usada pelo tatuador.

“Na hora que tava limpando o excesso [do medicamento], meu marido perguntou o que ele tinha passado, e ele [tatuador] falou que era um anestésico. Depois, ele começou a passar mal. O tatuador falou: ‘Dá sal pra ele’. O outro rapaz que tava junto deu o sal, e coloquei debaixo da língua do meu esposo. Meu marido só fazia assim [balançava a cabeça] que não tava bem. Botei a mão no peito dele e falei pro tatuador que ele tava com o peito acelerado.”

A defesa do tatuador disse que não houve irregularidade na aplicação do medicamento e destacou que José Manoel tem sete anos de atuação no mercado.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) não precisou quantas vezes ou em que quantidade o medicamento foi aplicado em David, mas indicou que os exames são “sugestivos para intoxicação exógena por lidocaína”.

O caso aconteceu em 27 de agosto de 2021 e é investigado desde então. De acordo com o delegado Wallace de Oliveira Brito, do 6º Distrito da Polícia Civil do Paraná, o tatuador foi intimado a prestar um segundo depoimento sobre o caso nessa quinta-feira (16).

No primeiro depoimento à polícia, o tatuador afirmou ter aplicado a substância após a solicitação de David, o que a esposa nega ter acontecido.

Um dos documentos que respalda a investigação da PC-PR é o laudo pericial do IML, que encontrou lidocaína no corpo da vítima.

A substância aplicada no corpo de David Luiz foi de uso tópico, em forma de spray, com dose de 20%.

Segundo resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), a aplicação de anestesias pode ser feita apenas por algumas categorias de profissionais. No caso de anestésicos, o órgão diz apenas que o uso dos medicamentos não pode invadir a competência médica.

“É um caso inédito. Pelas circunstâncias, ele [tatuador] violou um dever de cuidado. Quando um profissional faz isso, ele assume risco”, afirmou o delegado.

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