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Dinheiro falso é vendido em grupo de WhatsApp e enviado pelos Correios

Quase 200 mil notas falsas foram apreendidas pela PF nos últimos cinco anos. Média é de 108 notas de dinheiro falso apreendidas por dia

Fonte: Thalys Alcântara

Investigações da Polícia Federal (PF) revelam que jovens, na maioria com menos de 25 anos, negociam a compra de dinheiro falso em grupos de WhatsApp e recebem a encomenda pelos Correios.

Nos últimos cinco anos, a PF apreendeu 197.575 unidades de notas falsas de dólar e real no Brasil. Isso significa uma média de 108 notas falsas apreendidas por dia, o que dá uma dimensão da quantidade de dinheiro falso circulando por aí.

“Todas as prisões que a gente tem feito, na grande maioria, indica um perfil de jovens de 18 a 19 anos. Raramente têm um preso com menos de 25 anos. E boa parte deles sem antecedentes criminais e alguns até com emprego”, relatou o delegado Lorenzo Pazolini.

Segundo o delegado, esses jovens realizam negociações dessas notas em grupos de WhatsApp, criados exclusivamente para a venda de produtos derivados do crime.

“O vendedor mostra a qualidade da cédula (falsa) e tira foto, depois passam para a negociação no privado”, relatou o delegado. O valor pelo dinheiro falso é entre 25% e 30% do dinheiro real. Ou seja, para receber R$ 1 mil em notas falsas é preciso pagar entre R$ 250 e R$ 300.

Além disso, Pazolini explica que as pessoas que adquirem essas notas falsas costumam gastar com itens pessoais e com lazer, como celulares, roupas, tênis, festas, baladas e bebidas.

Das quase 200 mil notas falsas apreendidas pela PF nos últimos cinco anos, 182.895 foram de notas falsas de real e 14.679 notas falsas de dólar.

Unidades da PF têm rastreado a circulação desse dinheiro falso pelos Correios e ocorrências de apreensão de encomendas com notas falsas já são rotineiras. Os investigadores costumam fazer o flagrante, no momento em que o comprador recebe a encomenda.

Esses casos pontuais são repassados para um setor dentro da PF especializado no combate a esse tipo de crime. Nos últimos anos, a PF já conseguiu desmontar mais de 20 fábricas de notas de dinheiro falsas no Brasil.

Em junho do ano passado, por exemplo, a Polícia Federal deflagrou a Operação Predador, em que uma fábrica de notas falsas foi desarticulada em Águlas Lindas (GO), no Entorno do Distrito Federal.

Segundo a PF, a investigação começou com a apreensão de mais de R$ 200 mil em notas falsas em setembro de 2021. A partir desse caso, os policiais conseguiram descobrir a fábrica dessas notas. O dinheiro era enviado por encomenda postal para pelo menos 14 estados.

Segundo o delegado Pazolini a qualidade das notas falsas fabricadas no Brasil tem melhorado. “As impressoras são cada vez de mais qualidade e com preços cada vez mais acessíveis. Além dos programas de edição de imagem para copiar as cédulas”, avalia o investigador.

Ainda de acordo com o delegado, embora os criminosos tenham aperfeiçoado a impressão, o papel moeda é exclusivo da Casa da Moeda e não é possível reproduzi-lo. “A gente sempre orienta o cidadão a analisar a cédula com calma, principalmente em relação à textura”.

 

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