Maranhão ocupa o quinto lugar no ranking de mulheres resgatadas de escravidão contemporânea

Desde 2003, 2.488 mulheres foram retiradas de locais nos quais trabalhavam como escravas.

Fonte: Luciene Vieira

O Maranhão é o quinto estado no ranking de mulheres resgatadas em situação de escravidão contemporânea, segundo a Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae/ MTE).

O Maranhão é o quinto estado no fornecimento de mulheres para o trabalho análogo ao de escravo (Foto: Divulgação)

De acordo com o órgão, 2.488 mulheres foram resgatadas da escravidão contemporânea, desde 2003, com base nas informações obtidas das guias de segurodesemprego de trabalhador resgatado. O Maranhão teve 9,57% deste total, com 238 mulheres naturais do estado.

“As proporções anuais de mulheres resgatadas variam entre 3% e 15%, ao passo que em 2022 foi de 9%”, ressaltou o auditor fiscal do Trabalho Rafael Castro, da Detrae.

“Apesar do percentual geral de mulheres resgatadas ter permanecido estável, mais recentemente, ano a ano ele vem aumentando gradativamente. Atingiu 10% em 2021 e chegou a 8% em 2022. O período coincide com um aumento expressivo no número de trabalhadores domésticos resgatados. E o trabalho doméstico é essencialmente realizado por mulheres”, declarou o auditor fiscal do Trabalho Maurício Krepsky.

PERFIL

Da análise do perfil social das mulheres resgatadas desde 2003, foi apurado que 64% se declararam pretas ou pardas, 22% brancas, 11% de raça amarela e 3% indígenas. Em relação naturalidade, 37% nasceram na região Nordeste. Sendo que 15% nasceram no Maranhão, 15% em Minas Gerais, 12% na Bahia, 10% no Pará e 10% em São Paulo.

Quanto à região de residência, 31% residiam no Sudeste no momento do resgate, sendo que a UF com maior residência das resgatadas foi o Pará (17%), seguido de Minas Gerais (16%), Bahia (11%), São Paulo (11%) e Maranhão (10%).

FAIXA ETÁRIA, TRABALHO ESCRAVO INFANTIL E ESCOLARIDADE

A maioria (55%) possuía entre 30 e 59 anos no momento do resgate, sendo que 40% possuíam entre 18 e 29 anos, 4% eram menores de 18 anos, 1% eram maiores de 60 anos. Em relação à escolaridade, 37% possuíam até o 5º ano incompleto, 18% haviam estudado do 6º ao 9º incompletos e 18% eram analfabetas.

OCUPAÇÃO

Verificou-se que a principal ocupação das trabalhadoras quando da ação fiscal de resgate foi a de trabalhadora agropecuária em geral (50%), seguida de cozinheira em geral (8%), trabalhadora da cultura do café (7%), trabalhadora volante da agricultura (6%) e trabalhadora da pecuária (5%).

Ranking

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