A morte de uma criança indígena de 10 meses de vida, na segunda-feira, 17, ao dar entrada na UPA do Araçagi, Região Metropolitana de São Luís, após ter atendimento negado no Hospital da Criança, causou um forte embate no plenário da Assembleia Legislativa nessa terça-feira (18).
Na tribuna, o deputado Carlos Lula (PSB) denunciou a recusa do Hospital da Criança Dr. Odorico Amaral de Matos, em São Luís, em atender a criança indígena, encaminhada do município de Zé Doca. O bebê morreu sem atendimento da unidade municipal.
Também subiram à tribuna para criticar o prefeito Eduardo Braide (PSD) os deputados Wellington do Curso (PSC) e Neto Evangelista (União Brasil).
O deputado Yglésio Moysés (PSB) fez um apelo para que o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, adote medidas urgentes para a melhoria do atendimento no Hospital da Criança.
“Isso aconteceu por causa da superlotação do Hospital da Criança. A Prefeitura precisa rever de forma urgente esse hospital. Não foi só essa criança que morreu. Todos os dias têm crianças morrendo naquela unidade por falta de medicamento, por falta de oxigênio”, frisou.
Quem também se pronunciou foi Fernando Braide (PSC), em defesa do prefeito, de quem é irmão. Ele apontou excessos nas críticas dos colegas parlamentares e questionou os motivos.
Segundo Fernando, quando o tema foi a crise com os professores da rede estadual, não houve esse tipo de ataque ao governo Carlos Brandão (PSB).
A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informou em nota que abriu uma sindicância para apurar o caso.
O CASO
Um bebê indígena de dez mese morreu na UPA do Aracagi, depois de seu atendimento ser recusado no Hospital da Criança, administrado pela Prefeitura de São Luís. A criança havia sido encaminhada do município de Zé Doca, a 313 km da capital, com um quadro de pneumonia e anemia grave.
A criança indígena teve atendimento negado no Hospital da Criança Dr. Odorico Amaral de Mattos, em São Luís. A família, em último recurso, levou para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Araçagi, na Região Metropolitana da capital, onde o bebê já chegou sem vida.
Assim que chegou em São Luís, procedente de Zé Doca, a família do bebê procurou por atendimento nas UPAs do Vinhais e Vila Luizão, e, por último, na unidade do Araçagi, depois de ter o atendimento negado no Hospital da Criança, sob alegação de falta de leito.
A criança era da etnia Ka´apor, território de povos tradicionais na região de Nova Olinda do Maranhão.