A Receita Federal do Brasil (RFB) divulgou dados de março de 2023 sobre o volume declarado em operações com criptomoedas. Em apuração dos dados, fica claro que o fechamento do primeiro trimestre do ano mostrou um aumento das transações no país.
Nos três primeiros meses de 2023, 1.607.430 CPFs declararam pela primeira vez em um único mês terem movimentações de criptomoedas. O número é um novo recorde desde que a receita começou a obrigar investidores a informar suas movimentações, em 2019.
Chama atenção que o número de CNPJs a declarar criptomoedas, identificação única de uma empresa, voltou a registrar 61.257 movimentações. Embora alto, o número é o segundo maior da história de declarações de empresas comprando e vendendo criptomoedas e bitcoin no país, perdendo apenas para dezembro de 2022, quando mais de 65 mil empresas movimentaram o mercado.
O período de março de 2023 coincide com uma forte alta do bitcoin no mercado mundial, quando a moeda digital voltou a disparar para US$ 30 mil. No fechamento do primeiro trimestre, por exemplo, o bitcoin operava com alta de 72%.
Mulheres “voltam” a negociar criptomoedas no Brasil
Outro fenômeno percebido pela nova divulgação de dados da Receita Federal, na última quarta-feira (3), indica que as mulheres voltaram a negociar criptomoedas e bitcoin.
Isso porque, em fevereiro de 2023, os dados divulgados pelo fisco brasileiro indicavam uma pequena participação de pessoas do sexo feminino em negociações de criptomoedas.
Mas em março, o número de operações realizadas pelo sexo feminino voltou a subir para 20,67%, embora ainda não seja o maior da história. Já o valor das operações também subiu para 15,86%, após um registro de apenas 10% em fevereiro.
Vale lembrar que, dados recentes do Censo do IBGE 2022, apontam que a população brasileira seja de 207.750.291, e as mulheres representam 51,1%. Ou seja, investidoras de criptomoedas ainda não representam a maioria das operações do mercado, que tem praticamente 80% de presença masculina.
Primeiro trimestre de 2023 mostra cenário promissor para mercado de criptomoedas brasileiro, na comparação com 2022
O ano de 2022 não foi um dos melhores da história do bitcoin, após forte queda na comparação de preços com 2021. Assim, o volume de declarações no primeiro trimestre de 2022 foi de R$ 38,94 bilhões.
Agora em 2023, o mercado de criptomoedas brasileiro declarou de valores no primeiro trimestre o valor de R$ 47,15 bilhões. Ou seja, uma alta de 21% nas declarações nos primeiros três meses, na comparação com o ano anterior.
Só no mês de março de 2023, investidores declararam R$ 15.828,33 milhões, o segundo maior volume do ano.
Bitcoin dobra volume no Brasil em março de 2023, na comparação com fevereiro
Em fevereiro de 2023, o Livecoins apurou que os investidores de bitcoin do Brasil declararam para a receita R$ 1 bilhão de volume.
Contudo, em março o valor total das operações envolvendo Bitcoin no Brasil superou os R$ 2 bilhões, dobrando em relação ao mês anterior. A moeda digital segue com maior número de operações no país, com mais de 2 milhões de movimentações.
Chama atenção que o Ethereum ocupou a terceira posição em valor total de operações no mês, subindo posições entre as dez mais negociadas. A Tether (USDT), contudo, segue na primeira posição.
Outras criptomoedas com grande valor negociado em corretoras são BRZ, USDC, Polygon (MATIC), XRP, Litecoin (LTC), Solana (SOL) e Cardano (ADA).