Operação investiga crimes envolvendo empresas e posseiros no Maranhão

As investigações apuram ameaça, roubo, milícia armada, associação criminosa, cárcere privado e crimes contra o meio ambiente.

Fonte: Redação / O Informante

A Polícia Civil do Maranhão cumpriu, nessa terça-feira (9), cinco mandados de busca e apreensão contra a empresa Terpa Construções e posseiros do povoado Baixão dos Rocha, em São Benedito do Rio Preto (MA) – distante 251 km de São Luís. As investigações apuram ameaça, roubo, milícia armada, associação criminosa, cárcere privado e crimes contra o meio ambiente.

Os mandados, expedidos pelo Fórum da Comarca de Urbano Santos, em parceria com a Promotoria Agrária de São Luís, foram cumpridos durante uma operação realizada pela Superintendência de Polícia Civil do Interior, em conjunto com a 3ª Delegacia Regional de Chapadinha e Delegacia de Urbano Santos.

O conflito agrário pela posse de terra no povoado Baixão dos Rocha (São Benedito do Rio Preto), no dia 19 de março deste ano, teve repercussão internacional, devido à lesão aos direitos humanos contra as famílias que viviam na localidade.

No cumprimento dos mandados dessa terça, foram apreendidos espingarda, computadores, notebook, HD externo, além da verificação de legalidade das armas utilizadas pela empresa ER Segurança, que resguarda o patrimônio da Terpa Construções.

“A SPCI continua as investigações para, mais breve possível, solucionar o caso e esclarecer todos os fatos”, informou a Delegacia Geral de Polícia Civil.

O ATAQUE

No dia 19 de março passado, durante a madrugada, cerca de 15 homens portando armas de fogo, utilizando uma van e dois tratores, promoveram um atentado contra dez famílias da comunidade tradicional Baixão dos Rocha, no município de São Benedito do Rio Preto. Várias casas foram destruídas e incendiadas.

Os homens armados entraram com escavadeiras, levaram alimentos, mataram animais dos moradores e os expulsaram do local.

Há mais de 80 anos, 57 famílias ocupam uma área de aproximadamente 600 hectares e vivem de agricultura familiar e extrativismo. O conflito na região iniciou há cerca de três anos, quando as empresas Bomar Maricultura e Terpa Construções começaram a reivindicar as áreas da comunidade rural. A situação era de extrema violência.

Fechar