Comida japonesa faz mal? Começar o texto com esse questionamento pode surpreender muita gente. Mas a comida japonesa que é servida no Brasil é bem diferente do seu país de origem.
No Dia da Imigração Japonesa, comemorado em 18 de junho, a nutricionista Daniela Meira explica quais são essas diferenças, além de mostrar o que realmente deve ser consumido. Confira!
Fast food
É um fato. Se você viajar para o Japão vai encontrar pratos tradicionais japoneses bem diferentes do que vemos no Brasil. Segundo a nutricionista Daniela Meira, a grande maioria dos brasileiros consideram “culinária japonesa” o que temos nos fast food, mas a comida do país oriental não é tão parecida ao que temos por aqui.
“A verdadeira culinária japonesa não possui abusos em temperos, sal, frituras e açúcar como estamos acostumados e por isso é considerada uma das melhores dietas, inclusive que promove a longevidade”, explica.
A base da culinária japonesa é natural, mas existem grandes vilões que devem ter atenção redobrada. Um deles é o famoso molho shoyu, utilizado em praticamente todas as receitas. O maior problema é a quantidade consumida durante as refeições.
“O molho de soja, ou molho shoyu, é um molho à base de soja rica em nutrientes. A má fama se deve ao uso do molho shoyu em pratos onde já exista a adição de sal. Esta adição não é costume dos japoneses, mas, sim, da nossa cultura. O ideal é dispensar o uso de sal quando a intenção é utilizar shoyu como molho”, ressalta Daniela.
Outros vilões escondidos são os molhos que acompanham o yakisoba, os temperos secos dos lámens (macarrões instantâneos), a grande quantidade de carboidrato presente no arroz (base da culinária japonesa), o açúcar, que está misturado ao arroz e aos molhos, sem esquecer das frituras, seja nos tempurás ou nos makimonos tipo hot philadelphia. “Aliás, a ingestão frequente de sushi e sashimi, no lugar de outros combinados como arroz e feijão, requer atenção, pois os primeiros são pobres em ferro e seu consumo frequente pode trazer carência deste nutriente”, alerta a nutricionista.
Afinal, qual é a verdadeira culinária japonesa?
Segundo Daniela, a culinária japonesa tradicional é rica em peixes, crus ou grelhados, possui muitos legumes cozidos, no vapor ou crus, arroz e feijão-azuki (um excelente tipo de feijão, com mais nutrientes que o nosso carioquinha ou o preto).
Outro ingrediente muito utilizado é a alga, que envolve os sushis e os sashimis, e são ricas em cálcio. Ela fala sobre os benefícios do pescado e destaca outra característica importantíssima desta cultura que pode ser uma importante aliada em nossa alimentação.
“Os peixes contribuem para o aumento dos níveis do ômega 3 no organismo. O ômega 3 auxilia na diminuição dos níveis de triglicerídeos e colesterol ruim (LDL), e aumentam os níveis do colesterol bom, (HDL).”
“As porções pequenas, típicas da culinária japonesa, estimulam a mastigação e o consumo de forma mais calma, esse tempo de mastigação induz o cérebro a emitir sensação de saciedade antes de o estômago ficar completamente cheio”, explica a nutricionista.
Outro ingrediente que é um importante aliado, além de fazer a dupla perfeita com o peixe cru é o wasabi, também conhecido como raiz forte. “Ajuda no processo digestivo e é altamente bactericida. Ele é rico em potássio, cálcio, magnésio e fósforo, assim como óleos voláteis, como o óleo de mostarda e, por isso, oferece benefícios à saúde por apresentarem propriedades antibióticas”, ressalta a especialista.
“O missoshiro, sopa à base de pasta de soja (missô), ajuda a melhorar a elasticidade da pele, aumentando a quantidade de colágeno existente. Substâncias presentes no missô ajudam prevenir a morte celular provocada pela radiação”, conclui.