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Infestação de mosquitos causa transtornos em casas e empresas na região da Lagoa da Jansen

Biólogo informou que a aparição dos mosquitos é um sinal de que a área está impactada, principalmente, pela presença de esgoto.

Fonte: Luciene Vieira

A infestação de mosquitos na área da Lagoa da Jansen e bairros próximos, como Ponta d’Areia, Renascença e São Francisco, em São Luís, tem causado transtornos em condomínios, casas e empresas.

Mosquitos originários da degradação da Lagoa da Jansen causam transtornos na região da Ponta d’Areia (Fotos: Francisco Silva)

Os mosquitos surgiram na vegetação de manguezal no entorno da Lagoa da Jansen, considerada uma das maiores reservas ambientais da capital maranhense. De acordo com a moradora Daniele Calvet, que mora na região da Península, também afetada pela infestação de insetos, a primeira vez que surgiram os mosquitos em grande quantidade foi em 2017.

“Na época, inclusive, eram esses mesmos mosquitos, foi descoberto que tinha um problema na comporta da Lagoa da Jansen, que impedia a transferência de água para o mar. Houve, então, um desequilíbrio ambiental muito grande”, disse Daniele.

Ainda segundo a moradora, há seis anos, além dos mosquitos, surgiram aranhas. “As aranhas invadiram as construções da Península, e elas somente foram desaparecer em setembro de 2017, ou seja, a presença delas ocorreu de julho a setembro. Para nossa surpresa, neste ano, há aproximadamente duas semanas, começamos a ver o movimento dos mosquitos novamente. Nessa última semana, eles aumentaram absurdamente”, destacou.

“A Prefeitura ainda faria o serviço de carro com fumaça, mas, para este tipo de mosquito, isso não adianta. Precisamos urgente de uma força tarefa, por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), para que seja feita uma limpeza na Lagoa da Jansen”, frisou Daniele.

CHIRONOMIDAE

De acordo com o biólogo mestre em Saúde e Ambiente, Dyego Sena, os mosquitos que surgem na Lagoa da Jansen são da espécie Chironomidae. A família Chironomidae é de distribuição mundial e é frequentemente o grupo mais abundante de insetos dulcícolas (Oliver 1971; Wiederholm 1989 e Pinder 1986).

Embora haja algumas espécies terrestres, semiterrestres e marinhas, a maioria vive em ambientes de água doce. Segundo Dyego Sena, a alta incidência de chuva associada a altas temperaturas facilita o ciclo reprodutivo dos Chironomidae.

“O ciclo de vida desses insetos é muito curto, morrem em questão de quatro a cinco dias. O fator importante é que esses mosquitos são indicadores de áreas impactadas. Como é que a gente combate isso? É necessário promover uma regularidade na ocupação desses espaços urbanos, assim como estabelecer as políticas de saneamento básico, principalmente no que diz respeito ao tratamento de esgoto. Nós estamos com pontos de lançamento de esgoto na Lagoa da Jansen, além de ocupações irregulares desses espaços”, informou Dyego Sena.

O biólogo garantiu que os mosquitos, que têm uma cor esverdeada, são inofensivos. “É necessário a implementação das políticas de saneamento básico já existentes. Além de tudo, deve existir uma colaboração da população, com educação sanitária”, destacou Dyego.

Em relação a cor dos mosquitos, o biólogo informou que é uma característica da própria espécie, e o verde do inseto não está relacionado a algas.

MAIOR QUANTIDADE À NOITE

Segundo o morador do bairro do São Francisco, Benis Pereira, os mosquitos aparecem nas residências, a partir das 17h30 e aumentam durante a noite. “Minha casa fica cheia de mosquitos, eles sujam o ambiente, ficam nos móveis, nas comidas. Eu preciso deixar as luzes apagadas e usar veneno para matar os mosquitos; isso já ocorre há duas semanas”, informou.

“Os mosquitos entram na farmácia pela noite, os clientes reclamam muito, e eu abri um chamado para que possamos fazer uma detetização na loja”, disse Ana Keila Pereira, gerente da Extrafarma.

“Mesmo a loja sendo fechada, os insetos entram pelas brechas. A loja funciona pelo dia, quando chego pela manhã, grande parte dos mosquitos está morta, eu preciso limpar”, informou a funcionária da loja Na Terra, especializada em produtos alimentícios naturais.

OUTRO LADO

O governo do Estado foi procurado para que informasse o que deve ser feito, por meio das secretarias do Meio Ambiente e de Infraestrutura, para buscar uma solução ao surgimento de mosquitos na região da Lagoa da Jansen, mas até o fechamento desta matéria, na tarde desse sábado (24), não houve resposta.

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