O anúncio do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, de que a estatal vai retomar a exploração dos 19 poços previstos na Margem Equatorial do Brasil, agora incluídos no PAC (Programa de Aceleração de Crescimento), beneficia diretamente o Maranhão.
Os investimentos na Margem Equatorial é considerada “o novo Pré-sal do Brasil”, com potencial de 20 a 30 bilhões de barris de petróleo. O presidente da Gasmar, Allan Kardec Duailibe, passou os últimos meses em uma peregrinação, que incluiu eventos no Oiapoque (AP), na Câmara dos Deputados, em conferências nacionais e internacionais, palestras para entidades sindicais e empresariais do Maranhão, se firmando como porta-voz maranhense da defesa do desenvolvimento socioeconômico que a exploração da região pode trazer ao estado.
Duailibe vem argumentando em torno de um debate mais profundo e científico, em contraponto aos ambientalistas contrários à exploração da região. Doutor, pós-doutor e professor universitário, o presidente da Gasmar costuma citar referências de uma rede composta por pesquisadores e especialistas de 14 instituições, a Rede Amazônia Azul, hoje debruçada em estudos sobre os eventuais impactos ambientais.
“Há também uma tentativa de criminalização da perfuração, com o argumento de que vazaria. Primeiro, é bom relembrar que a Petrobras já perfurou mais de três mil poços, sem vazamentos. Essa mesma lógica de vazamento tem de servir às dezenas de navios que já trafegam diariamente naquela área, inclusive adentrando o Rio Amazonas: todos são movidos a diesel e alguns são navios petroleiros carregando toneladas de petróleo, gasolina ou diesel”, questiona.
O presidente da Gasmar cita que, após a exploração de petróleo, a Guiana cresceu 47% e argumenta que os seis estados onde está localizada a região de 2.200 km no litoral estão entre os mais pobres do Brasil.
Com o incremento na produção nacional de petróleo, que atingiu três milhões de barris por dia, mais dinheiro foi drenado para os cofres da União, estados e municípios produtores, com repasses de royalties e participação especial.
Foram R$ 118,6 bilhões de repasses, em 2022, um aumento no pagamento das compensações no patamar de 52%, segundo dados divulgados pela ANP.
“O Maranhão possui duas das cinco bacias da Margem Equatorial e, somente na Bacia de Barreirinhas, está de frente para 14 blocos de petróleo. Essa é a oportunidade do século. E o governador Carlos Brandão já nos determinou para não deixar o Maranhão a ver navios, perdendo essa chance”, ressaltou o presidente da Gasmar.