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Indigenista maranhense e duas filhas morrem em grave acidente de carro

De acordo com a Funai, o carro em que as vítimas estavam colidiu com uma carreta.

Fonte: Redação / O Informante

A maranhense Rosita Mascarenhas Watkins, esposa do sertanista histórico e ex-presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) Sydney Possuelo, morreu em um acidente de trânsito na rodovia BR-020, em Goiás.

Rosita Mascarenhas Watkins e duas filhas morreram em acidente de carro (Foto: Reprodução)

As duas filhas de Rosita, Karla Mascarenhas Watkins e Michelle Mascarenhas Watkins, enteadas de Possuelo, que estavam no carro, também faleceram, conforme nota divulgada pela Funai. De acordo com o órgão, o carro em que a ativista estava colidiu com uma carreta.

Um menino de 10 anos, neto de Possuelo e Rosita, sobreviveu. Rosita é irmã da jornalista maranhense Marilda Mascarenhas, dirigente de uma ONG no município de Alcântara.

Segundo notícias da região, a criança não apresenta lesões graves aparentes, e foi atendida pela equipe do Samu, sendo levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da cidade de Formosa.

Rosita tinha 64 anos e era uma indigenista engajada na defesa dos povos indígenas. Junto do marido, costumava receber várias lideranças e pessoas aliadas em sua casa, em Brasília.

Na nota da Funai, Joenia Wapichana, presidente do órgão, afirma que a perda de Rosita é inestimável. “Rosita era amiga de todos. Recebeu a gente na casa dela com amigos. Tinha a consideração de me ligar perguntando se eu estava bem, e dizia que podia contar com eles. Sempre foi muito atenciosa e solidária”, afirma Joenia.

Segundo a Funai, a esposa de Sydney Possuelo esteve no encontro “Chamado de Raoni”, realizado no final de julho deste ano, na aldeia Piaraçu, no Mato Groso.

Na ocasião, foi anunciada aprovação dos estudos de Identificação e Delimitação da Terra Indígena (TI) Kapôt Nhĩnore, localizada nos estados do Pará e Mato Grosso.

Em junho de 2023, Rosita também esteve na sede da Funai, em Brasília, acompanhada de Sydney Possuelo e da atriz Lucélia Santos, numa visita de cortesia. Eles foram recebidos pela assessora Parlamentar, Ana Paula Sabino, e pela Assessora de Acompanhamento de Estudos e Pesquisas, Maial Kaiapó.

“A Funai lamenta profundamente a perda e manifesta sua solidariedade aos familiares e amigos das vítimas diante dessa tragédia”, diz a nota.

O Conselho Indígena de Roraima (CIR) também divulgou nota de pesar, ao lamentar a perda da esposa de Possuelo e suas filhas. “Sempre amigáveis e generosos, o casal recebeu o líder e ex-coordenador do CIR, Jacir José de Souza, sua esposa Eudina Gabriel, além de Joenia Wapichana e demais convidados, no mês de fevereiro deste ano na sua residência, em Brasília, como gesto de gratidão e apoio à luta dos povos indígenas de Roraima, especialmente da Raposa Serra do Sol”, diz a nota.

A notícia do acidente que matou Rosita e as filhas foi recebida com comoção e lamento por amigos do casal, com pessoas dizendo-se devastadas e enviando solidariedade e apoio a Possuelo, que tem 83 anos.

“Lamento profundamente a perda da companheira Rosita M Watkins, uma indigenista valorosa! Meus sentimentos a todos que compartilhavam de sua amizade e trabalho. Quero aqui também me solidarizar com o seu companheiro Sydney Possuelo e toda sua família! Rosita presente!”, disse o deputado Ailton Faleiro (PT-PA), presidente da Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados.

“Notícia infeliz para o indigenismo”, declarou Beto Marubo, em sua rede social, ao partilhar notícia da Funai.

Sidney Possuelo é o indigenista e sertanista de maior projeção no Brasil. Ele tem uma atuação reconhecida, sobretudo, junto aos povos isolados. Ele atuou junto aos Zoé, no Pará, e os Korubo, na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas. Sua relação com os indígenas ajudou a mudar a política indigenista junto aos isolados, que passou a ser de não-contato.

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