Cobertura jornalística sobre suicídio é tema de evento na Assembleia Legislativa

A presidente da Alema, Iracema Vale, conclamou os jornalistas e demais profissionais da comunicação a assumirem seu papel na luta contra o suicídio

Fonte: Com MPMA

O Ministério Público do Maranhão e a Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão promoveram, nesta quarta-feira, 27, no auditório Neiva Moreira, na sede do parlamento estadual, a 1ª edição do “Café da manhã com profissionais da mídia”. O objetivo foi debater a prevenção ao suicídio por meio da cobertura jornalística adequada, além de destacar a responsabilidade dos profissionais de imprensa.

A presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Iracema Vale, conclamou os jornalistas e demais profissionais da comunicação a assumirem seu papel na luta contra o suicídio e a automutilação. “Nos ajudem! Sejam parceiros do povo do Maranhão. Passar a informação com responsabilidade, esse é o nosso pedido. Contamos com o apoio de vocês, pois esse problema requer uma atuação coletiva”.

A programação teve a participação do psiquiatra Ruy Palhano. Ele destacou que o suicídio é reconhecidamente um dos maiores problemas de saúde pública do mundo contemporâneo. “Lamentavelmente, nosso país é um dos que a taxa de suicídio vem aumentando. Temos em torno de 14 mil suicídios por ano. Temos que enfrentar esse problema com uma articulação interinstitucional em que sociedade civil e todos os setores participem”.

Em seguida, a promotora de justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e Cidadania (CAO-DHC), Cristiane Lago, lembrou que a divulgação de detalhes das mortes, além de ampliar o sofrimento das famílias, contribui para estimular novos casos de suicídios.

Ela igualmente enfatizou a importância da imprensa e seu papel de informar e sensibilizar a sociedade maranhense sobre as lesões autoprovocadas como um problema de saúde pública. “Quando falamos em lesões autoprovocadas nos referimos à automutilação, tentativa de suicídio e o suicídio consumado”.

A promotora de justiça apresentou as indicações da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a cobertura de suicídio. Dentre as orientações estão evitar informar o método ou detalhes da morte, bem como títulos sensacionalistas e fotografias que exponham a vítima. As notícias devem destacar iniciativas de prevenção, sinais de alerta sobre comportamentos suicidas, fornecer informações sobre números e endereços de grupos de apoio e acolhimento para pessoas em sofrimento mental.

Para o procurador-geral de justiça em exercício, Danilo Castro Ferreira, o estímulo ao consumo e o isolamento social são fatores que contribuem para o aumento de casos de ansiedade e depressão. “Como consequência, o aumento dos suicídios. O papel dos profissionais da imprensa é primordial. Devemos ter cuidado para evitar fomentar essa ideia (suicídio) nas pessoas que estão passando por sofrimento psíquico. Precisamos divulgar a ideia de que vale a pena viver, não desistir”, ponderou o representante do MPMA.

Do MPMA, também prestigiaram o evento as procuradoras de justiça Regina Leite (Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Administrativos) e Sandra Elouf (Ouvidoria) e o promotor de justiça Ednarg Fernandes Marques (Secretaria de Planejamento e Gestão e Assessoria Técnica).

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