Ex-secretário de saúde é condenado por irregularidade em compra de combustível no MA

A decisão judicial considerou a gravidade dos fatos e a extensão dos danos causados ao poder público municipal.

Fonte: Com informações da CGJ

O médico Thiago Zacariotto Lima Alves, ex-secretário municipal de saúde do município de Santa Inês, foi condenado pela juíza Ivna de Melo Freire por Improbidade Administrativa em licitação para compra de combustível e lubrificantes.

Médico Thiago Zacariotto Lima Alves foi condenado por improbidade administrativa (Foto: Reprodução)

A juíza da 1ª Vara de Santa Inês, na mesma ação, absolveu o ex-prefeito José de Ribamar Costa Alves. A sentença foi emitida no julgamento da Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público estadual, que pediu a condenação de ambos os ex-gestores, por práticas apontadas na Lei de Improbidade Administrativa n. 8.429/1992.

A juíza aplicou ao ex-secretário de saúde penas de pagar multa no valor de dez vezes o valor do salário recebido no cargo, e também fica proibido de contratar com o poder público e de receber benefícios ou incentivos fiscais ou créditos – ainda que por meio de empresa da qual seja sócio, pelo prazo de dois anos.

A decisão judicial considerou a gravidade dos fatos e a extensão dos danos causados ao poder público municipal, mas atendeu apenas em parte ao pedido feito na denúncia, condenando somente o ex-secretário, e absolvendo o ex-prefeito.

Segundo a juíza, mesmo tendo ciência das reais necessidades do órgão e da ausência de recursos para celebrar o contrato nos valores licitados, o ex-secretário solicitou a aquisição de combustíveis e lubrificantes em quantidades mais de 20 vezes maior que o necessário.

“A conduta do primeiro réu (ex-secretário de saúde) é incompatível com a de quem pretende contratar com o poder público”, disse Ivna Freire na sentença.

Thiago Zacariotto Lima Alves atuou como secretário de Saúde da cidade de Santa Inês (MA) durante a gestão do pai dele, o ex-deputado federal Ribamar Alves (MDB), como prefeito da cidade, entre 2013 e 2016.

FALTA DE DOCUMENTOS

De acordo com a denúncia do Ministério Público, foram verificadas irregularidades no Pregão Presencial nº 023/2013, para a contratação de empresa de fornecimento de combustíveis e lubrificantes para veículos da frota oficial da Secretaria Municipal de Saúde de Santa Inês.

Ficou constatada a falta dos seguintes documentos: justificativa correta para a necessidade da contratação; indicação do responsável pela pesquisa de preços; existência de semelhança entre as caligrafias dos valores referentes ao preenchimento das três planilhas; existência de recursos para cobrir a licitação; Decreto Municipal dando competência ao Secretário Municipal de Saúde na licitação.

Também foi verificada a falta de publicação do aviso de licitação em jornal de e no Diário Oficial da União; exigência de retirar o Edital, negando os princípios da publicidade e da ampla concorrência; publicidade mensal em órgão oficial ou quadro de avisos; informações que permitam saber se a empresa já forneceu produtos compatíveis com o objeto licitado, em características, quantidades e prazos.

A investigação do MP foi iniciada pela promotoria de justiça no dia 8 de junho de 2015, com o objetivo de verificar ao corrente de irregularidade dos atos da licitação de tomada de preços e pregões presenciais realizados pelo Município.

A denúncia da promotoria de justiça foi feita em 16 de agosto de 2016, pedindo urgência no andamento da ação, por se tratar de direito coletivo envolvendo a defesa do patrimônio público e a condenação dos dois envolvidos. Cabe recurso de apelação da sentença pelo condenado na ação.

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