Nesta terça-feira, 31 de outubro, das 8h às 12h, será realizado dia de campo para apresentar a Unidade de Referência Tecnológica do Sisteminha Embrapa-UFU-Fapemig instalada no Instituto Federal do Maranhão – IFMA de Codó e realizar oficina de práticas alternativas. O público-alvo são estudantes, produtores e multiplicadores da tecnologia.
A Unidade Demonstrativa tem objetivo de pesquisa, extensão rural e formação dos estudantes do Instituto e tem 8 módulos construídos: compostagem, minhocário, variedades de milho, galinhas (postura), frango de corte, abelhas tiúba, tanque de peixes e biodigestor. O evento terá palestra seguida da apresentação e conta com a organização da Embrapa Cocais, IFMA Codó, Universidade Federal de Uberlândia – UFU e Ministério da Cidadania.
A iniciativa faz parte de projeto de pesquisa e transferência de tecnologia da Embrapa Cocais para expandir a tecnologia no Maranhão, em especial em terras indígenas, quilombolas e com ênfase nas áreas periurbanas e também de Acordo de cooperação técnica com IFMA.
Ao final, serão capacitadas pelo menos 500 famílias e agentes multiplicadores no tema Sisteminha Embrapa-UFU-Fapemig por meio de metodologias participativas de extensão rural nos municípios de Presidente Dutra, Codó e outros (Arari e Alcântara) e ainda na região Nordeste, principalmente nos estados do Piauí, Ceará, Bahia e Pernambuco.
Desenvolvido em 2011, pelo pesquisador Luiz Guilherme, da Embrapa Cocais, o “Sisteminha Embrapa” gera segurança e soberania alimentar para seus usuários e segue um modelo agrícola sustentável, com aproveitamento de materiais disponíveis nas regiões de implantação. A tecnologia, versátil, consiste no tripé peixe, aves e húmus, em associação e/ou rodízio com outras atividades da cadeia alimentar, como a cultura de hortaliças e frutas.
“Esse modelo sistêmico para produção integrada de alimentos permite disponibilizar, para as famílias que o adotam, uma diversidade de alimentos de origem animal (peixes, ovos de galinha e codornas, frangos de corte, suínos, porquinhos da índia e outros) e vegetais diversos ricos em carboidratos, proteínas, minerais e vitaminas. Todos os módulos do sistema de produção se beneficiam, em algum momento, da produção de nutrientes oriundos do tanque de peixes. A água residual, da criação dos peixes, também é rica em sólidos orgânicos e é usada na alimentação das minhocas e irrigação de pequenos canteiros convencionais de horticultura e hidroponia”, explica o pesquisador.
“O objetivo é criar oportunidades para que o indivíduo possa se alimentar com o que produz, utilizando estruturas simples, e partilhar ou mesmo negociar seus produtos com vizinhos e a comunidade, ampliando benefícios econômicos e sociais, alavancando o desenvolvimento regional da comunidade”, completa.
A tecnologia baseia-se na atividade de piscicultura, como motor de um sistema integrado para a produção de alimentos e, quando comparado com os métodos tradicionais de cultivo, apresentam baixo consumo de água e energia elétrica. A produção de peixes é de 30-35 kg a cada 90 dias com a água mantida a 26º C podendo produzir 3 a 4 ciclos por ano (120kg de pescado).
Mais sobre o Sisteminha
A tecnologia poderá conter até 15 módulos, sendo eles: 1. Produção de peixes, 2. Produção de ovos de galinhas; 3. Produção de frangos de corte; 4. Produção de minhocas; 5. Produção vegetal (hortaliças, chás e temperos; frutíferas e madeiras); 6. Produção de composto; 7. Produção de ovos de codorna; 8. Produção de porquinhos da Índia; 9. Aquaponia; 10. Produção de larvas de moscas; 11. Produção de ruminantes; 12. Produção de suínos; 13. Biodigestor; 14. Sistema de tratamento de água potável; 15. Carvoaria artesanal.
Entre as vantagens do sistema estão: baixo custo de investimento inicial; solução integrada, que pode ser facilmente adaptada às necessidades, experiências, preferências do produtor e condições edafoclimáticas e de mercado local; apropriada para pequenos espaços (a partir de 100 m2 até 1000 m2), em áreas urbanas e rurais; dimensionada para atender às necessidades nutricionais de uma família de quatro pessoas no atendimento às recomendações nutricionais da Organização Mundial da Saúde – OMS.
No Maranhão, o Sisteminha já beneficiou 3 mil famílias por meio de convênio com órgãos de apoio à agricultura familiar, nos municípios de menor índice de Desenvolvimento Humano – IDH no estado.