“Esse é o maior investimento recebido no Maranhão, nos últimos anos, e deve atrair ainda uma série de novos investimentos que vão incrementar a nossa economia e a geração de empregos”, comemorou o secretário de estado da Indústria e Comércio, Júnior Marreca, durante reunião de trabalho realizada na sede da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão para apresentar as oportunidades e demandas oriundas da instalação de uma unidade da Inpasa em Balsas, no cerrado sul maranhense.
A empresa, fundada em 2008, na cidade de Esperança, no Paraguai, é a maior indústria de transformação de milho e renováveis da América Latina, e processa anualmente 7,5 milhões de toneladas de milho, transformado em etanol, óleo premium, energia elétrica e DDGS (grãos secos de destilaria), que é um subproduto da produção do etanol, obtido através da fermentação do amido de grãos de milho.
De acordo com o gerente corporativo de suprimentos da Inpasa Brasil, Thiago Mattos de Sousa, no ano passado, a indústria produziu 3,5 bilhões de litros de etanol de milho e gerou mais de 3.800 MW de energia renovável. “Para a nossa planta a ser instalada em Balsas estão programados investimentos de R$ 1,2 bilhão na primeira fase, de instalação, e R# 2,5 bilhões na segunda fase, de operação”, anunciou, informando que planejam iniciar as obras de instalação já em janeiro de 2024 e a operação a partir de janeiro de 2025.
No Maranhão, a indústria espera processar um milhão de toneladas de cereais por ano, para serem transformados em 230 mil ton/ano de DDGS, 23 mil ton / ano de óleo premium, 460 milhões de litros/ano de etanol e 200 GWH de energia elétrica renovável.
“Entre os nossos grandes desafios aqui no estado estão: desenvolver o cultivo da segunda safra de milho e outras culturas, como o sorgo; fomentar o uso da proteína vegetal proveniente da transformação de cereais; desenvolver a cadeia de fornecimento de biomassa; estimular o consumo de etanol e desenvolver a cadeia de suprimentos e mão de obra no estado”, apresentou o executivio Thiago Sousa.
A gerente corporativa de Desenvolvimento Organizacional e Atração da indústria, Adriane Viana, informou que atualmente empregam diretamente 2 mil pessoas na América Latina, e que serão abertas cerca de 350 vagas diretas para a unidade de Balsas. “Na fase de operação vamos precisar de mão-de-obra especializada, tanto para o nosso time quanto para os serviços que vamos contratar de forma terceirizada. Por isso, é fundamental a parceria com o Sistema S e demais instituições que possam preparar profissionais e fornecedores que possam atender as nossas demandas”, afirmou.
Oportunidades para o agro – Entre as oportunidades apresentadas para futuros fornecedores da indústria latina destaca-se a demanda por produtos agrícolas, especialmente o milho e matérias-primas para biomassa. “Queremos incentivar os produtores locais a cultivarem as duas safras do milho, pois vamos comprar toda a produção disponível na região”, prometeu Thiago Sousa.
Ele esclareceu que a empresa não tem planos de manter uma produção própria e sim fomentar e absorver a produção local.
Raimundo Coelho, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão – FAEMA, comprometeu-se a contribuir com o projeto por meio da oferta de assistência técnica e gerencial para propriedades rurais que queiram aumentar a produtividade de suas lavouras, com manejo sustentável e aplicação de tecnologias de custo acessível. “Vamos intensificar as ações na região para garantir que os produtores rurais locais possam aumentar sua produtividade e faturamento com as oportunidades que virão. Além da assistência técnica, planejamos outras ações de capacitação técnica, e formações de educação rural que oferecerão aos jovens da região oportunidades para carreiras bem sucedidas no agro”, explica o presidente.
As lideranças empresariais e equipes técnicas envolvidas devem se reunir novamente no dia 14 de novembro, em Balsas, para fechar o planejamento de trabalho e ações a serem executadas para apoiar o planejamento de implantação e operação do projeto da Inpasa no Maranhão.