Especialistas elegem a melhor marca de suco de uva integral

Seu suco preferido, seja de uva ou de outra fruta, pode conter suco de maçã e ainda ser considerado 100% suco

Fonte: Paladar ( O Estado de São Paulo)

Vamos iniciar esta discussão com uma pergunta básica: você entende a diferença entre refresco, néctar e suco de fruta? Se você já sabe, ótimo, pode pular para os resultados do nosso teste mais abaixo. Mas se você fica confuso diante das inúmeras opções nas prateleiras, de caixas a garrafas de plástico ou vidro, então preste atenção: é hora de esclarecer alguns pontos para que você faça escolhas informadas.

A distinção entre esses tipos de bebidas vai além do preço. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que define as normas para bebidas não-alcoólicas à base de frutas, um refresco de uva deve ter, no mínimo, 30% de suco natural, enquanto o néctar precisa ter 50%. Além do suco, essas bebidas podem conter água, açúcar, aromatizantes, corantes e estabilizantes, entre outros ingredientes. Mesmo as opções rotuladas como “100% suco” não são todas iguais. Os sucos integrais (sem adição de água, açúcar, etc.) devem ser na sua forma natural. Isso significa que na lista de ingredientes não devem constar termos como “concentrado” (quando o suco é parcialmente desidratado) e “reconstituído” (quando se adiciona água ao suco concentrado).

E um detalhe: seu suco preferido, seja de uva ou de outra fruta, pode conter suco de maçã e ainda ser considerado 100% suco. As artimanhas da indústria são realmente surpreendentes…

O teste

Com seu novo conhecimento sobre a diferença entre suco, refresco e néctar, preste atenção nas prateleiras de supermercados e hortifrutis, onde você encontrará mais de dez variedades de sucos integrais de uva. Para ajudar os consumidores a fazerem a melhor escolha, o Paladar organizou uma degustação às cegas para avaliar a qualidade desses sucos.

Foram convidados especialistas em bebidas à base de uva, para essa tarefa. Entre eles estavam Gabriel Bocchese, sócio do bar de vinhos Paloma, Lua Sampaio, sommelière e influenciadora digital conhecida como @fluanovinho, Rafaela Xavier, representante da vinícola portuguesa Quinta dos Avidagos, e Suzana Barelli, colunista de vinhos do Paladar.

Os jurados avaliaram 10 diferentes sucos considerando aspectos como aparência, aroma e sabor. Para garantir a imparcialidade do teste, as garrafas foram anonimizadas e os sucos servidos em copos transparentes, permitindo uma avaliação visual detalhada.

Quais as melhores marcas de suco de uva do mercado?

  1. Casa Madeira
  2. Davo
  3. Villa Piva

As dez marcas avaliadas em ordem alfabética

Campo Largo

Apesar de não ter conquistado um lugar do pódio, este suco (o único em garrafa de plástico) foi um dos destaques da degustação – e por pouco não chegou lá. Leve na boca, com taninos e acidez presentes, apresentou sabor de fruta madura na medida certa. “Só podia ser um pouquinho menos doce”, relatou um jurado (R$ 11,99, 900 ml)

Casa Madeira

Encorpado e potente, o grande campeão da degustação, segundo um dos jurados, “tem um pouco de tudo”: aroma agradável e marcante, sabor acentuado da uva (que permanece na boca), frescor, acidez equilibrada, presença de taninos e açúcar na medida certa. A marca, a saber, faz parte da Famiglia Valduga, cujos vinhedos estão localizados no Vale dos Vinhedos, na serra gaúcha (R$ 24,99, 1l)

Davo

O suco é produzido pela vinícola de mesmo nome, cujos vinhedos estão localizados em Ribeirão Branco, no interior de São Paulo. Feito de uvas isabel e bordô, foi um dos preferidos do júri pelo frescor, presente tanto no aroma quanto no paladar, pela “acidez gostosa” e pelo dulçor equilibrado (R$ 19,99, 1l)

Hugo Pietro

De cor púrpura e brilhante, o suco da linha tradicional da marca gaúcha, apesar de não ter conquistado o pódio, foi um dos destaques positivos da degustação. Além da acidez presente (e muito bem-vinda), segundo os jurados, a bebida revelou um “dulçor na medida” (R$ 23,90, 1,5l)

Mitto

O suco turvo e pouco aromático, na boca, mostrou-se encorpado e um pouco mais equilibrado no açúcar do que a maioria das amostras e, por isso, não pareceu enjoativo. No crivo dos jurados, passou na média (R$ 25,90, 1l)

Oba

Produzido pela rede de hortifruti homônima, o suco fisgou os jurados pela cor púrpura e vibrante e pelo aroma mais aberto. Na boca, porém, o desencanto: “muito, muito, muito doce”, resumiu um jurado (R$ 16,99, 1l)

OQ

Feito com uvas isabel, BRS Magna e carmem – colhidas no Vale do São Francisco -, o suco não passou pelo crivo dos jurados por conta do aroma, quase inexistente, e pelo desequilíbrio entre acidez e doçura. O retrogosto químico, identificado por todos os jurados, fez a amostra perder ainda mais pontos (R$ 18,99, 1l)

Organovita

O líquido turvo, terroso, quase marrom, até chamou a atenção do júri, mas não foi por isso que a amostra, feita apenas com uvas orgânicas, perdeu a chance de estar entre as melhores. O algoz, na verdade, foi o excesso de açúcar, que sobrepôs o gosto da uva. Alguns jurados reclamaram de um certo sabor artificial. “Me lembrou aquele picolé de fruta famoso.” (R$ 28,90, 1l)

Uva’só

Orgânico e feito 100% com uvas bordô, o suco turvo e “sem vida” aos olhos não agradou o júri. Além da timidez no aroma, na boca, apresentou corpo médio e certa adstringência e um desequilíbrio entre a acidez, o sabor da fruta e o dulçor (R$ 32,90, 1l)

Villa Piva

De cor límpida e vibrante, a amostra se saiu bem em todos os quesitos e, por isso, garantiu o último lugar no pódio. Com aroma de fruta madura, na boca, entregou frescor, acidez e doçura na medida certa, além do sabor marcante de uva que permanece na boca. Segunda a marca, as uvas são produzidas no Vale dos Vinhedos, na serra gaúcha e são estocadas por, no máximo, 24 horas antes de seguirem para o processamento do suco. (R$ 19,90, 1l)

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