O grande artista. O que Johan trouxe para o futebol total?

A melhor descrição de Cruyff veio do jornalista e historiador Hubert Smeets: Cruyff foi o primeiro a perceber que era um artista no campo

Fonte: Da redação

Um sinal do ‘Ajax’ de Michels – pressionar durante uma hora. Somente alguns anos depois, o ‘Dínamo’ de Valeriy Lobanovskyi, de Kiev, conseguiu replicar isso. O elemento principal, a alma desse pressionamento na equipe de Michels, era Johan Cruyff.

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A melhor descrição de Cruyff veio do jornalista e historiador (também conhecido por suas pesquisas sobre a contemporaneidade russa, no livro ‘A vingança de Putin: Rússia contra a Europa’, publicado em 2015, analisou minuciosamente as razões do fracasso das tentativas de europeização desse país) Hubert Smeets: ‘Cruyff foi o primeiro a perceber que era um artista no campo e o primeiro a desejar e ser capaz de unir a arte do esporte em algo integral’. Uma caracterização breve, mas abrangente, de uma personalidade marcante dentro de um sistema rigoroso. Smeets também destaca uma peculiaridade mental: os holandeses se destacam quando conseguem unir o sistema à criatividade individual. A propósito, um dos pontos altos da arte de Johan é o chamado ‘drible de Cruyff’, usado pela primeira vez por ele em público na Copa do Mundo de 1974, no jogo contra os suecos. Mais tarde, essa técnica de deixar o zagueiro desorientado ganhou considerável popularidade. E como cereja no bolo, o veredicto de Smeets sobre Cruyff como a única pessoa que compreendia os anos 1960!

Não conformismo, paixão pela numerologia, fronde, beatlemania – um conjunto de cavalheiros daquela época. E junto a isso, o autoritarismo de Johan já nos anos de treinamento. Mas, ao contrário da filosofia do futebol, não era total.

 Os historiadores do futebol frequentemente quebraram a cabeça sobre a pergunta: por que quase simultaneamente em extremos opostos da Europa foram criadas equipes que conseguiram, nas palavras de Jonathan Wilson, ‘reviver o futebol’? Provavelmente, a constante troca de posições pelos jogadores, a substituição mútua e a alta preparação física são o resultado do afastamento do pós-guerra faminto. A alimentação, a ciência esportiva tiveram um grande avanço nos anos 1970. E outra característica: o vibrante colorido do futebol total foi observado em sociedades quase as mais abertas (holandesa) e quase as mais fechadas (soviética) dos anos 1970. O caos da licenciosidade e o beco sem saída do desespero? Nem tudo, é claro, é tão padronizado. No entanto, as polaridades se atraem, não é verdade? E a mediania? Para onde ela deveria tender? Direi que tanto a liberdade total na sociedade aberta quanto o isolamento no campo social igualmente contribuíram poderosamente para os avanços criativos. Daí – a inundação de inovações táticas em duas sociedades polarizadas.

 ‘…Então, o futebol total perdeu?’ – perguntei ao meu colega holandês algumas semanas depois do final do Euro-2004, onde a Grécia venceu com um modelo de jogo estritamente defensivo liderado pelo técnico alemão Otto Rehhagel. Estávamos sentados em um café de Amsterdã (um café normal, se é que importa!), saboreando o gosto do café na hora do almoço (ainda era cedo para uma cerveja, tínhamos trabalho pela frente) e lamentando a totalidade do futebol. A resposta do meu interlocutor foi bastante inesperada: ‘Ele vencerá definitivamente quando, na área penal, o defensor da equipe atacante acertar o goleiro adversário com a bola…’. Eu ri e comecei a recontar a ele uma cena de um antigo e famoso filme soviético ‘O Goleiro’, onde o goleiro Anton Kandidov avança sozinho para o gol adversário e decide o destino do lance a favor de sua equipe. Meu interlocutor apreciou a fantasia artística, nada mais. Lembrei-me dessa conversa recentemente, assistindo à transmissão da partida da Copa da Liga Inglesa entre ‘Bournemouth’ e ‘Liverpool’. Lá, no final do jogo, o jogador do ‘Bournemouth’, ao chutar em direção ao gol dos de Liverpool, acertou o próprio goleiro, que parecia estar ajudando, mas só atrapalhou. O futebol total venceu? Brincadeiras à parte, mas, na minha opinião, venceu. E, na opinião de muitos, tornou impossíveis revoluções táticas futuras no jogo popular. Tipo, agora são apenas modificações! Tipo ‘tiki-taka’.”

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