Brasil registra aumento de 15,8% nos casos de dengue em relação a 2022

A projeção do aumento de casos no próximo verão se deve a fatores como a combinação entre calor e chuva intensas.

Fonte: Com informações do Ministério da Saúde

Até a semana epidemiológica 48, o Brasil registrou um aumento de 15,8% nos casos de dengue em 2023 (1.601.848), quando comparado ao mesmo período de 2022 (1.382.665). Quanto aos óbitos, houve aumento de 5,4% em 2023 (1.053) com relação ao mesmo período de 2022 (999).

Brasil registrou aumento de 15,8% nos casos de dengue em relação a 2022 (Foto: Ilustração)

Com relação à chikungunya, até a semana epidemiológica 48, foram registrados 145.342 casos da doença, uma redução de 45% se comparado ao mesmo intervalo de 2022 (264.365). No que diz respeito aos óbitos, foram registrados 100 em 2023 e 93 no mesmo período de 2022 – um aumento de 7,5%.

Quanto ao cenário epidemiológico da Zika, até a já referida semana, o Brasil registra aumento de 1% nos casos da doença em 2023 (7.275), quando comparado ao mesmo período do ano passado (7.218). Não há registro de óbitos pela doença neste período.

Os dados sobre os casos de arboviroses foram atualizados às 14h35 desta sexta-feira (8) segundo o Ministério da Saúde.

Mudanças climáticas

A projeção do aumento de casos da doença no próximo verão se deve a fatores como a combinação entre calor e chuva intensas – possíveis efeitos do El Niño – conforme aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS). E, ainda, ao ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Brasil.

“O ano de 2023 foi realmente diferente. Tivemos essas mudanças ocasionadas pelo fenômeno do El Niño. E, depois de muito tempo, encontramos os quatro sorotipos (1, 2, 3 e 4) circulando ao mesmo tempo no Brasil, uma situação bem incomum”, observou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, na coletiva.

Com as mudanças climáticas, altas temperaturas e períodos chuvosos, a expectativa é que o número de criadouros aumente. Por esse motivo, é preciso o empenho da sociedade para eliminar os criadouros e evitar água parada. As medidas são simples e podem ser implementadas na rotina. O ministério sugere que a população faça uma inspeção em casa pelo menos uma vez por semana.

Para garantir a proteção contra o mosquito vetor das arboviroses, o Ministério da Saúde informou que encaminhou um biolarvicida aos estados e municípios, de acordo com a situação epidemiológica local e com a demanda. O produto representa uma alternativa considerada eficiente no controle das larvas dos mosquitos, com baixo impacto ambiental.

Para o período 2024 e 2025, a pasta afirmou que adquiriu 110 mil quilos de larvicida e adulticida; 300 mil litros de adulticida para UBV – Cielo; 1.770 unidades de pulverizador manual/elétrico; 1.770 nebulizadores costal motorizado; e 852.487 unidades de repelentes para proteção de gestantes.

Ações de enfrentamento das arboviroses

Tradicionalmente, com o início do período das chuvas e das altas temperaturas, o número de casos de dengue, chikungunya e Zika tende a aumentar. O governo federal informou que está monitorando constantemente o cenário das arboviroses no Brasil.

Como parte das ações de enfrentamento às doenças, o Ministério da Saúde anunciou investimento de R$ 256 milhões no fortalecimento da vigilância das arboviroses. Para evitar o agravamento dos casos, a população deve buscar o serviço de saúde mais próximo ao apresentar os primeiros sintomas.

Cerca de 11,7 mil profissionais de saúde foram capacitados em 2023 para manejo clínico, vigilância e controle de arboviroses.

Do valor total do investimento, R$ 111,5 milhões serão efetivados até o fim deste ano, em parcela única, para fortalecer as ações de vigilância e contenção do Aedes aegypti – sendo R$ 39,5 milhões para estados e o Distrito Federal e outros R$ 72 milhões para municípios. Além disso, haverá repasse de R$ 144,4 milhões para fomentar ações de vigilância em saúde em todo o país.

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