A primeira etapa da revitalização da Praça de Iemanjá foi entregue na última sexta-feira, 22, pelo Governo do Maranhão. O espaço é referência das práticas e rituais das festividades de final de ano realizadas pelas comunidades e povos de terreiro em saudação à Rainha do Mar.
Após ser vandalizada, no dia 23 de julho deste ano, a estátua de Iemanjá foi completamente restaurada pelo artista Eduardo Sereno. No local, a escultura, de volta ao seu lugar de origem, aguardava os visitantes. Um totem recebeu melhorias e teve a altura aumentada para maior segurança e proteção ao monumento, de acordo com a gestão estadual.
Os representantes dos povos de terreiro saudaram a escultura de Iemanjá com oferendas, flores, cantos e realizaram um abraço simbólico à imagem. A matriarca do Terreiro Nossa Senhora da Vitória, Mãe Nonata da Oxum, vem acompanhando todo o processo de reconstrução da escultura e de revitalização do espaço. Ela destaca a importância de ter de volta a imagem na praça.
“É muito importante. Nós fomos feridos em nossa fé quando a imagem foi atacada, foi depredada no rosto. É uma imagem feminina, o que nos agride também enquanto mulheres. Então ver imagem recolocada no local, ter aqui a presença dos gestores públicos, do governador, dá um caráter realmente de visibilidade e de reconhecimento da importância do povo de terreiro, o que nos fortalece para combater sempre o racismo e a intolerância religiosa”, afirmou ela.
VANDALISMO
A estátua de Iemanjá que fica localizada na praia do Olho d’Água, em São Luís, foi alvo de vandalismo na manhã do dia 23 de julho deste ano. O ato criminoso pode estar ligado a manifestações de intolerância religiosa.
O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), em postagem nas redes sociais, repudiou o episódio de vandalismo, que danificou o rosto da estátua.
“O Governo do Maranhão, por meio da Sedihpop, repudia a destruição do monumento da estátua de Iemanjá, localizada no bairro do Olho D’água, em São Luís/MA. A equipe da Sedihpop esteve presente no local para articular com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) a devida apuração dos fatos e também buscar a restauração da imagem com a Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB) e a Secretaria de Estado da Cultura (SECMA).
O monumento é alusivo ao processo de luta dos povos de terreiro maranhenses por reconhecimento e liberdade religiosa. Além de um dano ao patrimônio público, trata-se de um ataque de racismo religioso aos povos tradicionais de terreiro que deve ser repudiado e combatido”.
Lideranças religiosas de matriz africana se deslocram até o local, após tomarem conhecimento do fato, e cobraram as devidas providências.