Pela primeira vez, a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, anunciou nesta sexta-feira, 5, que o Brasil ultrapassou a marca de US$ 100 bilhões em exportações para a China. Esse valor representa o maior montante já exportado pelo Brasil a um parceiro comercial específico, totalizando US$ 105,7 bilhões em vendas para o país asiático no ano passado, registrando um aumento de 16,5% em relação a 2022.
O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Herlon Brandão, destacou que as exportações de minério de ferro em 2023 foram surpreendentemente significativas. Ele observou que a China manteve a demanda pelo produto brasileiro, mesmo diante de um desempenho econômico mais moderado no país asiático. No ano passado, o valor total das exportações de minério de ferro e seus concentrados cresceu 5,5%, impulsionado pelo aumento no volume vendido, que foi de 10%, contrabalanceando uma queda nos preços de 4,1%.
Brandão também enfatizou o crescimento das exportações para a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que representaram 7,2% das vendas brasileiras ao exterior em 2023, superando a participação do Mercosul, que ficou com 6,9% das exportações. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgados nesta sexta-feira, a balança comercial brasileira apresentou um superávit de US$ 9,36 bilhões em dezembro, resultando em um saldo de US$ 98,838 bilhões em 2023, um recorde que representa um aumento de 60,6% em relação a 2022. Esse resultado foi alcançado com exportações de US$ 339,673 bilhões (alta de 1,7% em relação a 2022) e importações de US$ 240,835 bilhões, registrando uma queda de 11,7% em relação ao ano anterior.
A pasta projeta para 2024 um novo recorde para as exportações, com valor US$ 348,2 bilhões, alta de 2,5% em relação ao resultado de 2023. Segundo Tatiana Prazeres, a previsão de novo recorde de exportações em 2024 é feita mesmo num cenário externo mais desafiador para a economia global.
Para ela, apesar de haver uma “interrogação” em relação aos preços, a expectativa é de que o recorde seja alcançado especialmente em razão do aumento de volume exportado. “A estimativa de aumento de exportações está relacionada, sobretudo, ao aumento de quantidade exportada”, disse.
