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Construído no século XIX, Terreiro do Egito vive expectativa de tombamento histórico

Governo realizou visita técnica por conta da deterioração que ocorre no espaço devido a uma erosão.

Fonte: Redação / Assessoria

Em São Luís, na comunidade do Cajueiro, o governador em exercício, Felipe Camarão, realizou visita técnica ao Terreiro do Egito, nesse domingo (14), motivado pela deterioração que ocorre no espaço devido a uma erosão. Acompanhado de secretários de Estado, de lideranças religiosas de matriz africana e da superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Lena Carolina Andrade, Felipe levantou a perspectiva de tombamento pelo Iphan.

o Terreiro do Egito é uma das mais antigas casas de culto afro de São Luís (Foto: Divulgação)

Construído no século XIX, o Terreiro do Egito é uma das mais antigas casas de culto afro de São Luís, sendo referência litúrgica religiosa e de ancestralidade para pais e mães de santo que nasceram no chão daquele axé. As festas eram realizadas no fim do ano para comemorar a chegada do navio encantado de Dom João. Acredita-se, ainda, que antes da abolição, a localidade era um quilombo e que ficava numa ponta de terra por trás do local onde foi construído o Porto do Itaqui, também chamado de Ponta do Quilombo do Egito.

“Hoje, o Governo do Maranhão, por orientação do governador Carlos Brandão, está aqui no Cajueiro visitando o Terreiro do Egito, com o máximo respeito ao nosso povo de terreiro. Aqui, acompanhado de vários pais e mães de santo, viemos a esse solo sagrado que existe há séculos e que, infelizmente, está sofrendo um processo erosivo. Nós estamos aqui em conjunto com o objetivo de realizar o tombamento federal para preservar a história e a cultura, além de providenciar uma obra de contenção”, assegurou Felipe Camarão.

O líder religioso de matriz africana, Biné Gomes Abinoko, filho do Terreiro de Iemanjá e descendente do Terreiro do Egito, destaca que o espaço possui grande relevância para o Brasil e o mundo, pela quantidade de pais e mães de santos egressos. Ele comemorou a possibilidade de viabilização do tombamento federal como forma de assegurar direitos dos religiosos de matriz africanas.

“O Terreiro do Egito foi fundado em 1864 e hoje ocorre algo muito importante. Pela primeira vez, o Governo do Estado se faz presente em uma visita que eu gostaria muito que fosse de festa, mas infelizmente não é. Trata-se de uma visita em busca dos direitos desse espaço sagrado e de memória que é o Terreiro do Egito. É muito importante buscar o tombamento federal para que a gente possa assegurar os nossos direitos enquanto religião de Matriz Africana e Tambor de Mina. Eu quero agradecer ao governador em exercício, Felipe Camarão, ao governador Brandão e todos os que fizeram parte desta comitiva”, disse o líder religioso.

Praça Mina Jeje-Nagô

Na oportunidade, ainda acompanhado de integrantes dos povos de terreiros, o governador em exercício visitou a Praça Mina Jeje-Nagô, que fica localizada no complexo da Lagoa da Jansen e conta com placas de concreto com os nomes e as marcas das mãos de líderes religiosos de matriz africana. Camarão destaca o pedido dos povos de terreiro para a revitalização e transformação do local em um espaço de cultura e lazer.

“Após a visita ao Terreiro do Egito, visitamos aqui na Lagoa este espaço importante que é a Praça Jeje-Nagô. O pedido dos povos de terreiro ao governador Carlos Brandão foi de revitalização desse importante espaço. Aqui, quando foi inaugurada, foram cravados e gravados os nomes de grandes pais e mães de santos nestas pedras. Também foi pedido que seja oficializado o nome de Praça Mina Jeje-Nagô e que seja um espaço da memória dos povos de terreiro, que seja recolocada aqui aquela famosa estátua da sereia em forma de Iemanjá, que deu origem à música de Escrete: Tem sereia na Ponta D’Areia”, finalizou Camarão.

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