Neste momento, é provável que você já tenha conhecimento sobre as diversas categorias de ativos. No âmbito da renda variável, encontramos ações de empresas, fundos de investimento, ETFs, opções, câmbio, futuros, entre outros. As criptomoedas, por sua vez, são também consideradas uma classe de ativos, mas suas características as diferenciam substancialmente das demais, uma vez que integram um mercado distinto.
Assim, neste texto, buscamos esclarecer as principais distinções entre o mercado de criptoativos e o mercado financeiro convencional, com o intuito de proporcionar uma compreensão mais aprofundada de ambas as modalidades de operação.
É crucial lembrar, em primeiro lugar, que as criptomoedas constituem apenas uma parcela de um universo composto por diversos ativos digitais, abrangendo desde NFTs (Non Fungible Token) até Smart Contracts e tokens derivados, entre outros.
No cenário financeiro tradicional, o processo inicial para adquirir uma ação envolve aprofundar-se no estudo de mercado, abrir uma conta na corretora mais alinhada ao perfil do investidor e, para otimizar os resultados, fazer uso de plataformas profissionais de negociação.
No caso das criptomoedas, embora a trajetória seja distinta, as etapas necessárias são surpreendentemente semelhantes. Para compreender todos os conceitos e peculiaridades do universo cripto, é preciso dedicar-se a estudos aprofundados, abrir uma conta em uma exchange para operações e, para alcançar domínio total nesse mercado, utilizar as principais ferramentas analíticas e operacionais.
Contudo, existem diferenças fundamentais entre esses dois mercados. A seguir, apresentamos alguns dos pontos cruciais que contribuirão para uma melhor compreensão das disparidades entre o mundo das criptomoedas e o mercado financeiro tradicional.
Diferenças entre Exchanges e Corretoras Tradicionais
Antes de ingressar no mercado financeiro, é necessário buscar uma corretora que ofereça as melhores taxas e condições de acordo com o perfil do investidor, para negociações em criptomoedas. No Brasil, há várias corretoras, cada uma com sua política de adesão e tipos de taxas. Abrir uma conta em uma corretora é o primeiro passo para operar na bolsa.
O mesmo processo se aplica aos ativos digitais, mas, nesse caso, é necessário encontrar uma corretora específica, conhecida como exchange.
Em resumo, as exchanges desempenham um papel semelhante aos bancos no universo dos ativos digitais, sendo o local onde o investidor mantém sua carteira de ativos. Algumas exchanges lidam apenas com Bitcoins, enquanto outras oferecem uma variedade de criptoativos, incluindo NFTs e Smart Contracts.
Embora ambas, corretoras e exchanges, tenham o objetivo prático de intermediar operações entre pessoas físicas, instituições financeiras ou redes blockchain no caso das criptomoedas, é fundamental pesquisar qual se adequa melhor ao perfil do investidor.
Atualmente, no mercado brasileiro, existem exchanges nacionais e estrangeiras competindo, proporcionando diferentes planos e uma ampla oferta de criptoativos. A escolha deve ser feita com base nas preferências individuais.
Horários de Operação
No mercado de ações, cada tipo de ativo possui horários específicos de negociação. No mercado de futuros, por exemplo, as operações ocorrem das 9h às 18h, enquanto no mercado à vista, funciona das 10h às 17h, com pré-mercado a partir das 9h30. Já os contratos de commodities na B3 têm uma janela de negociação das 9h às 16h20, com negociação after-market até as 18h.
No entanto, o mercado de criptoativos opera 24 horas por dia, sete dias por semana, sem fechar nos fins de semana. As criptomoedas seguem o fuso Greenwich Mean Time (GMT) 0, e o Brasil, por exemplo, está no fuso GMT -3.
Volatilidade
O mercado cripto é mais dinâmico e volátil do que o mercado de ações, com variações significativas nos preços dos ativos ocorrendo frequentemente. Isso se deve ao grande número de participantes nas operações e à natureza fracionária dos criptoativos, que podem ser divididos em frações muito pequenas.
Ao contrário do mercado de ações, que conta com mecanismos de controle, como o circuit breaker, para evitar quedas massivas, o mercado cripto não possui essas ferramentas de controle, resultando em ativos mais instáveis.
No entanto, criptomoedas atreladas a moedas fiduciárias, como dólar e real, registram menor volatilidade, sendo consideradas ativos de menor risco.
Negociação
Enquanto na bolsa de valores as ações são cotadas em reais, as criptomoedas são negociadas de forma semelhante ao mercado de câmbio, utilizando pares de moeda. Cada criptomoeda tem seu preço medido em contraste com algum comparativo, como real, dólar ou outra cripto.
Por exemplo, o Bitcoin (BTC) pode ser encontrado em diferentes pares, como BTC/BRL, BTC/USDT e BTC/USD. Além disso, no mercado cripto, o fracionamento do negócio é mais escalável, permitindo divisões menores, como os satoshis.
DeFi (Finanças Descentralizadas)
O conceito de Finanças Descentralizadas (DeFi) é uma característica única dos criptoativos. As DeFi buscam eliminar intermediários nas transações financeiras, não dependendo de regulamentação centralizada ou órgãos governamentais. Tecnologias como blockchain e contratos inteligentes possibilitam que produtos financeiros, como empréstimos e negociação de valores, ocorram sem intermediários.
O DeFi diferencia claramente o mercado financeiro tradicional, regulado, do mercado de ativos digitais, autoregulado.
IPO vs ICO
A estreia de uma nova empresa na bolsa (IPO) e de uma nova criptomoeda no mercado de ativos digitais (ICO) acontecem de maneiras distintas. O processo de IPO é burocrático e extenso, com requisitos rigorosos, enquanto o ICO é mais ágil, não exigindo adesão a uma estrutura regulatória.
No IPO, a empresa precisa cumprir diversos requisitos, como limites mínimos de ganhos, histórico sólido e a divulgação de suas ações por meio de um prospecto. Em contraste, o ICO, por não ter uma estrutura regulatória definida, é mais rápido e não segue um padrão tão fechado.
Além disso, na estreia de uma nova cripto, é necessário que uma exchange adira ao ativo digital. Quanto mais popular a cripto se torna, mais exchanges a incluem em sua oferta.
Imposto de Renda
No que diz respeito à tributação, tanto os criptoativos quanto as ações estão sujeitos ao Imposto de Renda. A faixa de isenção para criptoativos é de R$ 35.000,00 em vendas dentro de um mesmo mês, com uma taxação progressiva, variando de 15% a 22,5% conforme os ganhos.
A principal diferença está na categorização dos ganhos para fins fiscais. As criptomoedas são tratadas como ganho de capital, enquanto as ações são consideradas renda variável.
Utilizar uma calculadora de Imposto de Renda, como a Akeloo, pode facilitar a declaração de tributos sobre criptoativos, garantindo conformidade e evitando problemas com a Receita Federal.
Análise fundamentalista x análise técnica
Confira agora as diferenças e semelhanças que existem na hora de analisar ativos digitais e empresas listadas na bolsa de valores, englobando os conceitos e análise fundamentalista e técnica.
Os dados de rede
Quando você for analisar uma empresa para investir a médio ou longo prazo, existem diversos indicadores que trarão uma noção ampla e relativamente precisa do valuation dessa tal empresa.
Dados como a receita líquida, os balanços trimestrais, o market share em que ela atua, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, chamado de EBITDA, e várias outras comparações que é preciso ficar de olho.
O nome desse tipo de análise é “fundamentalista” e serve para avaliar a situação financeira, econômica e mercadológica de uma empresa de capital aberto.
Traçando um paralelo com esse tipo de estudo, muito comum no mercado de ações, podemos dizer que os “dados de rede” são para o mercado cripto o que a análise fundamentalista representa para o acionário. Ou seja, uma visão mais macro para com os ativos.
No Vector, a ferramenta “Dados de Rede” será uma grande companheira durante esse tipo de análise. Lá você acompanha indicadores sobre dificuldade de mineração, rash hate, endereços ativos por criptoativo, número de transações por exchanges e muitas outras comparações.
Assimilar essas informações, assim como no caso da análise fundamentalista, vai colocar um passo à frente no mercado de renda variável. Então fique ligado em tudo que cerca os ativos que você opera e exercite uma visão panorâmica do cenário econômico.
Análise técnica no mundo cripto
Mas não se abasteça somente dele! Também é possível utilizar os conceitos de análise técnica para operar criptoativos.
As principais ferramentas analíticas utilizadas no mercado tradicional de ações foram transportadas para a plataforma Vector, como o Livro de Ofertas e o Volume at Price, mais voltadas à análise técnica, além de indicadores como a Média Móvel, Bandas de Bollinger e muitos outros.
Também pode aprimorar seu operacional usando as ferramentas de envio de ordens, como SuperDOM, e o Chart Trading.
Todos vão te ajudar muito em suas operações de trading e a entender os possíveis movimentos do mercado a curto prazo. Por exemplo, na análise técnica você pode usar o Livro de Ofertas para identificar a tendência de preço nas pontas compradoras e vendedoras e mesclar essa análise com a ferramenta Volume at Price, onde você terá o volume das compras por faixa de preço, em tempo real.
Embora tenhamos tratado sobre as diferenças entre o mercado cripto e o acionário, no caso da análise técnica, ela é extremamente importante para os dois e as ferramentas usadas são as mesmas.
Então, se você já domina ela em um desses mercados, pode aplicar seu conhecimento no outro.
Conclusão
Agora que você sabe as diferenças entre o mercado de ações e o mercado de ativos digitais, está na hora de usar este conhecimento ao seu favor. Lembre-se que no mundo da renda variável sempre haverá mais o que se aprender, mas no caso das criptos estaremos aqui para ajudar você em sua jornada. Nos siga nas redes e confira nossos conteúdos no portal Boletim Nacional para mais saber mais sobre o mundo cripto.