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‘Golpe do amor’ já levou mais de 50 mulheres à prisão

Elas são usadas por quadrilhas como iscas para atrair, sequestrar e extorquir homens.

Fonte: Com informações do g1 SP

Celular apreendido pela polícia de São Paulo com uma mulher presa pelo ‘golpe do amor’ (Foto: Reprodução)

Nos últimos três anos, a Polícia Civil de São Paulo prendeu 52 mulheres usadas por quadrilhas como iscas para atrair homens. Aplicativos de relacionamento como Tinder, Bumble e Happn têm sido usados frequentemente por criminosos para enganar vítimas que são levadas a falsos encontros, onde chegam a ser sequestradas e extorquidas.

O crime, conhecido como o “golpe do amor”, chegou a corresponder nove em cada dez casos de sequestros relâmpagos em São Paulo, em 2023, conforme dados da Polícia Civil. Eles ainda apontam que a cada três dias uma pessoa é vítima desse tipo de crime no estado.

Os bandidos usam sites e aplicativos de relacionamento se passando por outra pessoa para marcar encontros falsos com as vítimas. Quando a pessoa chega ao local combinado, é rendida pelos criminosos e feita refém.

Conforme a polícia, os criminosos chegam a fazer transferências bancárias via PIX e roubam objetos e veículos.

Quando os primeiros casos do “golpe do amor” começaram no estado de São Paulo, os homens se passavam por mulheres. Os bandidos entravam em aplicativos de relacionamentos, pegavam fotos de garotas aleatórias e desconhecidas.

Depois, abriam um perfil falso e faziam contatos com jovens e senhores, com idades entre 25 a 65 anos, para enganá-los. Na sequência, chamavam-nos para encontros com mulheres que nunca existiram.

Com o passar do tempo, homens que acessam sites de relacionamento perceberam o golpe e passaram a tomar medidas de segurança que dificultaram as ações dos criminosos. Mas as quadrilhas também se aperfeiçoaram e buscaram alternativas para convencer as vítimas a deixar suas casas e ir para falsos “dates”.

Para isso, segundo a Divisão Antissequestro, os bandidos passaram a convocar esposas, namoradas e amigas para os golpes. Elas têm entre 20 a 30 anos de idade. Em troca de parte do dinheiro roubado dos homens que ajudaram a enganar, algumas mulheres aceitam participar do esquema.

Para ganhar a confiança dos homens com quem deram “match” nas plataformas digitais, elas são orientadas pelas quadrilhas a criar perfis com suas fotos, mas usando nomes falsos nas redes sociais.

Depois enviam áudios, atendem videochamadas e até vão a encontros em locais públicos com as potenciais vítimas. Tudo para convencer esses homens de que as mulheres das fotos que os atraíram nos aplicativos são “reais”.

Após conquistarem a confiança dos homens, essas mulheres podem entrar em seus carros e ir com eles para outros locais. Algumas sugerem supostos motéis, ou pedem que eles as deixem em suas supostas casas.

Mas, em vez disso, os pretendentes encontravam criminosos armados bloqueando os trajetos dos veículos e os abordando com violência. Em seguida, são sequestrados e ameaçados até transferirem dinheiro para a quadrilha.

Em um dos casos, um empresário do interior paulista, de 50 anos, conheceu, em setembro do ano passado, uma mulher de 22 anos pelo Tinder. Mesmo se certificando de que a jovem morena da foto do aplicativo era a mesma que encontrou dias depois num local público e seguro, ele caiu no “golpe do amor”.

Ele foi ao encontro em um shopping em Itaquaquecetuba, Grande São Paulo. O homem contou que a garota que estava interessado lhe sugeriu um encontro mais íntimo entre eles e uma amiga dela, uma mulher de 20 anos que também usava um nome falso. Ele viu a foto e se mostrou interessado em um suposto ménage.

Com isso, o empresário e a jovem de 22 anos foram no carro dele pegar a garota, em sua suposta casa no Itaim Paulista, Zona Leste de São Paulo. A garota de 20 anos, que aguardava a chegada da amiga com a vítima, estava com mais três criminosos armados.

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