Lula defende debate para regulamentar redes sociais

“A rede social é um benefício e um malefício ao mesmo tempo. É preciso ter uma regulamentação que tem que ser resultado de um longo debate com a sociedade brasileira”, disse o presidente em entrevista ao SBT

Fonte: Rafael Vazquez

Em entrevista ao SBT Brasil veiculada nesta segunda-feira (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ser favorável a um amplo debate com especialistas para futura regulamentação das redes sociais no Brasil.

“A rede social é um benefício e um malefício ao mesmo tempo. É preciso ter uma regulamentação que tem que ser resultado de um longo debate com a sociedade brasileira, com as pessoas que entendem desse assunto, especialistas e usuários. Não pode confundir liberdade de expressão com o uso da liberdade para fazer maldade”, declarou.

Polarização

Ao ser perguntado se a polarização política e ideológica observada no Brasil é consequência das redes sociais, o presidente disse concordar com a tese, embora tenha dito que seja um fenômeno global e não particular do país.
“Você está vendo o que aconteceu em Portugal ontem. A extrema direita cresceu de 12 para 48 deputados”, exemplificou. “Nos EUA, a polarização é igual ou muito maior do que aqui. Eu não me preocupo com a polarização, que o Brasil já foi muito polarizado entre o PT e o PSDB”.
Lula, no entanto, destacou que a polarização atual está em torno de duas pessoas, insinuando ser entre ele próprio e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele disse que isso acontece porque ele tem partido, mas o outro lado teria apenas legendas de aluguel. “O meu partido existe. O deles não existe. É uma legenda eminentemente eleitoral”, afirmou.
Em seguida, o presidente brasileiro disse que o fenômeno pode ser bom se souber tirar proveito. “A polarização é boa se a gente souber trabalhar os neutros para construir maioria e governar o Brasil. O mundo vai continuar assim. Está polarizado em todos os continentes.”

“Vale-carne”

Lula desmentiu que o governo esteja planejando a criação de um benefício social para compra de carne. Na semana passada, circulou uma notícia de que o governo planejava criar um “vale-carne” de R$ 35 a partir de uma proposta de pecuaristas entregue ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
“Não existe essa bobagem. O que aconteceu é que um cidadão levou uma carta a um ministro e esse ministro mandou a carta para a Casa Civil e disse à imprensa que iria estudar”, explicou. Ele reforçou que o governo pretende fazer uma política econômica que permita mais quedas no preço da carne. “Eu ri muito quando vi a notícia do vale-carne, sinceramente.”

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