“A arte de viver bem é escolher mover pelo fluxo da vida”. O paradoxo do título tem o objetivo de gerar reflexão sobre por que se manter na zona de conforto tendo em vista que neste lugar o desconforto é muito maior.
O processo de adaptação e acomodação de todos os seres vivos é necessário para a sobrevivência da espécie e tem um tempo determinado para essa acomodação ao meio. O processo natural de adaptação de uma criança na escola, um tempo de adaptação da musculatura ao receber uma nova carga de treino, a dinâmica de adaptação em um novo grupo de trabalho e etc, tudo isso é necessário para engrenar um fluxo natural.
Manter-se em zona de conforto por tempo maior que o necessário para a adaptação é extremamente prejudicial, provocando padrões de acomodação e desordem no sistema familiar, na comunidade e nas relações. Quando um membro da família se acomoda pesa para os demais que irão precisar suprir aquela demanda e da mesma forma acontece em um ambiente de trabalho ou em um grupo de estudo.
Respeitar o fluxo natural da vida, que é nascer, crescer e se desenvolver, é tomar a vida para a frente e ter a consciência de que os desafios têm propósitos e necessitam de ser vivenciados, enfrentados, gerenciados. E quando o indivíduo se move e desperta para a ação de seguir, ele acessa caminhos além do pensamento limitado de insuficiência e incapacidade de seguir que a mente cria e distorce, saindo do ciclo doentio da estagnação, promovendo crescimento pessoal e coletivo, acessando o movimento contínuo e saudável da vida.
Temer se mover por medo da dor que poderá sentir com a nova ‘carga’ é impedir o próprio crescimento, estagnar as ações e demandas solicitadas, provocando dores, rigidez e desconforto diário, construindo resistências, traumas e bloqueando a sua própria capacidade de superação e conquista.