Homem que matou a filha e escondeu corpo em buraco é achado morto no presídio

Acusado teria se envolvido em um desentendimento com outro preso.

Fonte: Com informações do g1 SP e TV Globo

Wellington Rosas tinha 39 anos e diversas passagens criminais (Foto: Reprodução/Polícia Civil de SP)

Acusado de matar a própria filha e jogar o corpo em um buraco, Wellington da Silva Rosas foi encontrado morto no Centro de Detenção Provisória (CDP) II de Pinheiros, na noite da última terça-feira (2).

Wellington, de 39 anos, era acusado de esganar a filha Rayssa Santos da Silva Rosas, de 18 anos, transportar o corpo numa caixa de papelão, mandar queimá-lo e escondê-lo num buraco perto da Avenida 23 de Maio, em São Paulo. O caso ocorreu no dia 26 de março deste ano, e ele foi preso em flagrante dois dias após o crime.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), Wellington morreu depois de ter sido asfixiado por outro preso, de 38 anos. Ele foi levado para o Pronto Socorro da Lapa, mas não resistiu aos ferimentos.

A morte foi provocada por um desentendimento, complementou a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).

“Eram 20h quando servidores ouviram pedidos de socorro vindos do local que o preso habitava. A equipe removeu outros detentos do ambiente e levou Rosas para o pronto socorro da região, onde foi constatado o óbito. A unidade registrou Boletim de Ocorrência no 91º DP (Ceasa). A direção do presídio tenta contato com familiares para comunicar o falecimento”, informou a pasta em nota.

Relembre o caso

A polícia Civil prendeu um homem que matou a própria filha, no dia 26 de març0, em São Paulo. Segundo a investigação, o investigado esganou a vítima, de 18 anos, transportou o corpo em uma caixa de papelão, queimou e escondeu num buraco perto da Avenida 23 de Maio, no Centro da capital.

Na véspera de ser preso, Wellington da Silva Rosas, de 39 anos, aparece em um vídeo gravado por câmera de segurança deixando o apartamento onde mora, na Bela Vista, região central. Nas imagens, que estão com a investigação, é possível vê-lo usando um carrinho de mão para carregar uma caixa de papelão até um elevador. Dentro dela estava o corpo de Rayssa Santos da Silva Rosas, segundo o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

De acordo com a Polícia Civil, o pai matou a filha no domingo (24), quando ela foi visitá-lo. Rayssa morava com a mãe, em outra residência no Centro, e os pais são separados.

Em depoimento, Wellington confessou o crime, alegando que havia discutido com a jovem por causa da separação com a mãe. Ele disse que a garota ficou do lado da mulher, o que o irritou.

“Estavam bebendo juntos e surgiu uma discussão por conta da separação dos pais. A mãe de Rayssa estava separada do seu pai, Wellington, há alguns meses”, disse nesta quarta-feira (27) ao g1 a delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP.

Ainda, segundo o Departamento de Homicídios, o acusado esganou a filha, na noite de domingo, quando Rayssa estava em seu apartamento.

Depois disso, Wellington declarou que foi dormir com a vítima morta dentro do apartamento. Na noite de segunda-feira, 25, ele retirou Rayssa do imóvel. “Transportou o corpo da filha em caixa de papelão e utilizou um carrinho. E seguiu para a Avenida 23 de Maio, onde jogou o corpo numa vala existente na pista”, disse a delegada.

Durante o seu interrogatório, Wellington declarou que contratou um andarilho desconhecido para ir a um posto, comprar combustível e queimar o cadáver de Rayssa. “Afirmou que pagou R$ 10 para que um homem em situação de rua ateasse fogo. E para tanto foi utilizado 1 litro de etanol”, comentou Ivalda.

Como a Rayssa não voltou para a casa da mãe até segunda-feira, a mulher foi a uma delegacia, onde registrou um boletim sobre o desparecimento da filha.

Na manhã de terça-feira, a Polícia Militar (PM) foi acionada por testemunhas que viram um corpo carbonizado numa cratera da Rua Asdrubal do Nascimento, na República. A via da acesso à Avenida 23 de Maio, movimentada rota para o trânsito de veículos naquela região.

O local foi isolado para o trabalho da perícia da Polícia Técnico-Científica. O cadáver foi recolhido e depois passou por análise e extração de fragmentos para comparação genética com familiares de Rayssa.

Após a confirmação de que o corpo era da jovem desparecida, o DHPP prendeu Wellington nesta terça-feira. Segundo a investigação, ele confessou ter matado a filha. Levado a sede do Departamento, o homem foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por usar recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Ele também responde por destruição e ocultação de cadáver.

A polícia ainda apura se a versão dada por ele de que contratou um andarilho para queimar o corpo de Rayssa é verdadeira. Investigadores tentam buscar outras câmeras de segurança para confirmar essa informação. E, caso comprovem isso, irão procurar o morador de rua que teria ateado fogo na vítima. Se for identificado, ele poderá ser responsabilizado também por participar do crime.

O DHPP pediu à Justiça a conversão da prisão em flagrante de Wellington em preventiva. Ele já tinha passagens criminais anteriores na Justiça por tentativa de homicídio, roubo, furto e tráfico de drogas.

Testemunhas e familiares de Rayssa estão sendo ouvidos pelo DHPP. “A mãe estava desesperada e temendo que se ele [Wellington] não fosse localizado e preso poderia tentar matar o outro filho menor ou mesmo ela. O objetivo dele era atingir a ex-esposa com a morte da filha”, afirmou Ivalda.

“Não é possível tamanha crueldade, frieza e maldade em um homem, em um pai. E por quê? Porque foi rejeitado por uma mulher”.

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