Investimentos das montadoras no Brasil sobem para R$ 110,85 bi

A notícia foi divulgada pelo presidente da HPE, Mauro Correia, que detalhou as negociações cuidadosas com a Mitsubishi no Japão

Fonte: Da redação

Em um movimento que marca uma nova era de expansão e inovação tecnológica na indústria automobilística brasileira, a HPE Automotores, representante oficial da Mitsubishi Motors no Brasil, anunciou um investimento ambicioso de R$ 4 bilhões na planta de Catalão, Goiás, que se estenderá até 2032. Este anúncio eleva o montante total de investimentos no setor de veículos leves e automóveis no país para um impressionante total de R$ 110,85 bilhões para o período entre 2021 e 2032.

A notícia foi divulgada pelo presidente da HPE, Mauro Correia, que detalhou as negociações cuidadosas com a Mitsubishi no Japão, evidenciando o sólido acordo de produção e comercialização que une as duas empresas. Este aporte financeiro tem como destino não apenas a adaptação da planta de Catalão para a produção de novos modelos de veículos, mas também o desenvolvimento de tecnologias avançadas, incluindo veículos híbridos flex, que terão a capacidade de serem abastecidos com etanol.

Atualmente, a fábrica de Catalão é responsável pela produção de dois modelos icônicos da Mitsubishi: a robusta picape L200 Triton e o sofisticado SUV Eclipse Cross, empregando aproximadamente 2.000 trabalhadores. Apesar do substancial investimento anunciado, a HPE manteve em sigilo planos de expansão do quadro de funcionários. Fundada em 1991, a HPE joga um papel crucial na comercialização das marcas Mitsubishi e Suzuki no Brasil.

Este ciclo de investimentos também é acompanhado por iniciativas significativas de outras gigantes do setor, como a Stellantis, com um investimento de R$ 30 bilhões, e a BYD, que recentemente aumentou seu investimento previsto para a construção de uma nova fábrica no Brasil de R$ 3 bilhões para R$ 5 bilhões.

A onda de investimentos tem reverberado por toda a cadeia produtiva, com a indústria de autopeças se mobilizando para aumentar sua capacidade de produção, antecipando um crescimento na demanda por componentes nacionais. Este movimento é um indicativo claro do potencial de aumento no índice de nacionalização dos veículos produzidos no país, sinalizando uma fase de crescimento e inovação.

Um relatório recente publicado pelo jornal Valor na última sexta-feira destaca a mobilização do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes (Sindipeças), que agora revisa suas projeções de investimento para o ano corrente. Originalmente previsto em 2%, o crescimento do investimento no setor de autopeças poderá atingir 5%, representando um aporte de R$ 6,1 bilhões apenas em 2024, refletindo diretamente o impacto dos anúncios recentes das montadoras.

Esta série de investimentos sinaliza um período de renovação e otimismo na indústria automobilística brasileira, prometendo não apenas avanços tecnológicos significativos, mas também um impulso na economia local e na geração de empregos, reforçando a posição do Brasil como um player importante no cenário automotivo global.

Confira abaixo os recentes investimentos das montadoras no Brasil:

Stellantis: R$ 30 bilhões

O novo plano da Stellantis para o Brasil vai somar R$ 30 bilhões no período entre 2025 e 2030 e será praticamente todo direcionado à produção de carros híbridos movidos a etanol. O primeiro deles começará a ser produzido e vendido no segundo semestre deste ano.

Toyota: R$ 11 bilhões

A Toyota definiu um pacote de investimentos de R$ 11 bilhões para o Brasil entre 2024 e 2030, o maior da sua história de 66 anos no país. Parte dos novos investimentos será destinada a uma reestruturação industrial, que prevê o fechamento da fábrica de Indaiatuba (SP) e ampliação da capacidade em Sorocaba (SP), além do desenvolvimento de novos veículos híbridos flex.

Volkswagen: R$ 16 bilhões

Além dos aportes anunciados de R$ 7 bilhões que haviam sido anunciados em 2021 e que se esgotam em 2026, recentemente a montadora anunciou mais R$ 9 bilhões até 2029. Com os novo ciclo, a Volks pretende desenvolver uma plataforma totalmente nova para a produção de veículos híbridos a etanol. O novo motor híbrido será produzido na fábrica de motores que a empresa tem em São Carlos (SP).

General Motors: R$ 17 bilhões

No começo de fevereiro, o presidente da divisão internacional da americana General Motors, Shilpan Amin, esteve em Brasília para comunicar o investimento de R$ 7 bilhões nos próximos quatro anos,. Os novos recursos se somam aos R$ 10 bilhões que foram anunciados no início da década e que se esgotam neste ano.

Hyundai: R$ 5,45 bilhões

O presidente mundial da coreana Hyundai, Eui-sun Chung, anunciou ao governo brasileiro, em fevereiro, o compromisso de investir em novas tecnologias para carros híbridos, elétricos e movidos a hidrogênio verde. Desde 2012 a montadora tem uma fábrica em Piracicaba (SP), onde produz o HB20 e o Creta.

Renault: R$ 5,1 bilhões

Em outubro do ano passado a francesa Renault anunciou um investimento global de 3 bilhões de euros para renovar as linhas de montagem em países fora da Europa. O Brasil receberá cerca de R$ 2 bilhões deste aporte. Com os valores programados nos últimos anos o total dos investimentos chega a R$ 5,1 bilhões.

Nissan: R$ 2,8 bilhões

No início de novembro, o presidente mundial da Nissan, Makoto Uchida, anunciou investimento adicional de R$ 1,5 bilhão ao plano definido no ano passado. Com isso, a fábrica de Resende (RJ), inaugurada há dez anos, receberá R$ 2,8 bilhões entre 2023 e 2025. O plano contempla a produção de dois novos utilitários esportivos.

CAOA: 4,5 bilhões

A brasileira CAOA espera investir cerca de R$ 1,5 bilhão na fábrica de Anápolis (GO) para incrementar a produção da marca chinesa Chery e também da coreana Hyundai, que refez contrato de parceria com o grupo brasileiro. Os planos de eletrificação e produção de modelos híbridos envolvem, ainda, um aporte de R$ 3 bilhões, anunciado em agosto. Os recursos serão aplicados até 2028.

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