A defesa de Fernando Sastre Andrade Filho, motorista do Porsche que matou Ornaldo da Silva Viana em um acidente na zona leste de São Paulo, ofereceu ajuda financeira de um salário mínimo por mês à família da vítima.
O valor de R$ 1.412 por mês consta em uma petição apresentada pela defesa no inquérito sobre o caso. No documento, os advogados dizem que Fernando está “sensível ao momento” e que familiares de Ornaldo têm afirmado à imprensa que passam por dificuldades financeiras.
Na sexta-feira (12), a defesa de Fernando Sastre apresentou à Justiça o comprovante do pagamento de R$ 500 mil a título de fiança.
A defesa da família de Ornaldo manifestou repúdio e indignação com o valor oferecido como ajuda financeira. Em nota, a defesa classificou a quantia como irrisória diante dos R$ 500 mil pagos como fiança.
O advogado José Luiz, que representa a família, também reclamou de a proposta não ter sido feita diretamente aos familiares de Ornaldo, e sim por via judicial.
Pai de três filhos, Ornaldo da Silva Viana nasceu em Codó, no Maranhão, e morava atualmente em Guarulhos.
O filho do motorista de aplicativofez uma publicação na rede social sobre o pai e disse esperar que a justiça seja feita. Nesta terça-feira, a Justiça de São Paulo negou o pedido da Polícia Civil para prender o condutor do veículo, Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos. O empresário foi indiciado por homicídio doloso, lesão corporal e fuga.
“O sentimento que eu carrego é de profunda tristeza e angústia. Um sentimento de injustiça gigantesco dentro de mim”, afirmou Luam Silva.
Entenda o caso
No dia 31 de março deste ano, Fernando Sastre dirigia um Porsche quando bateu na traseira do veículo de Orlando, que havia pisado nos freios e desacelerado. O carro de luxo ergue o Sandero, que é arremessado até a calçada. O automóvel do motorista por aplicativo ainda bate num poste de iluminação.
Ainda, segundo o motorista do carro de luxo, ele “apagou”, perdeu os sentidos e desmaiou após a batida, não se recordando do que aconteceu.
Quando foi perguntado pelos policiais qual era a velocidade que ele dirigia o Porsche, Fernando respondeu que “estava um pouco acima do limite permitido, porém, não chegava ser muito acima também”. Segundo o empresário, ele não conseguia dizer “quanto” estava marcando o velocímetro.
A Polícia Técnico-Científica vai analisar as imagens para determinar qual era a velocidade do Porsche no momento da batida com o Sandero. O laudo pericial irá informar se o carro de luxo estava com velocidade acima do limite para o trecho.
Fernando bebeu “alguns drinks”, foi a uma casa de pôquer, discutiu com a namorada e “acelerou” o carro de luxo antes do acidente.
A informação é de uma estudante que namora Marcus Vinicius Machado Rocha, amigo de Fernando que estava no Porsche como passageiro. Até a quinta-feira (4), o namorado dela continuava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Luiz Anália Franco, na Zona Leste, sem previsão de alta. A estudante ainda disse que ele está entubado, com quatro costelas quebradas e teve o baço retirado numa cirurgia.
A garota deu depoimento na quarta-feira (3) no 30º Distrito Policial (DP), Tatuapé, acompanhada de seu advogado, José Roberto Soares Lourenço, que também defende os interesses de Marcus. O rapaz ainda não foi ouvido pela investigação.
O Renault Sandero branco EXP, ano 2017, guiado por Ornaldo, custava em torno de R$ 40 mil. A traseira do automóvel ficou destruída pelo Porsche.
O Porsche azul 911 Carrera GTS, ano 2023, que era guiado por Fernando, está avaliado em mais de R$ 1 milhão. O veículo é de propriedade da empresa da família do motorista.